Celebrar cinco anos da Associação de Integração Multicultural é celebrar, acima de tudo, a coragem, a generosidade e a esperança de quem acredita num mundo onde as diferenças nos unem, em vez de nos separarem.
Quando começamos, ainda como comissão instaladora, sabíamos que o desafio seria grande. Integrar não significa apenas ensinar a língua ou orientar em questões legais — é acolher com dignidade, escutar com empatia e criar um sentido profundo de pertença para quem chega de longe, em busca de uma nova vida.
Na celebração dos cinco anos, estiveram presentes cerca de 75 pessoas, representando 21 nacionalidades distintas: África do Sul, Angola, Argentina, Brasil, Cabo Verde, Colômbia, Cuba, Guiné-Bissau, Guiné, Índia, Marrocos, Nepal, Nigéria, Paquistão, Paraguai, Portugal, Reino Unido, São Tomé e Príncipe, Togo, Ucrânia e Venezuela.
Esta diversidade é a prova viva de que a interculturalidade não é apenas uma ideia — é uma realidade dinâmica, construída todos os dias com pequenos gestos, encontros e compromissos concretos.
Quero agradecer aos nossos sócios fundadores — Sr. Benício, Sr. Kolman e Graça Araújo — que acreditaram neste projecto desde o primeiro momento. Aos membros da direcção, pela dedicação incansável. Às advogadas, Ruth Borges e Maria Antónia Oliveira, que garantem um atendimento jurídico pro bono essencial para muitos.
A celebração contou com as intervenções de Alcino Monteiro, Benício Cardoso, de Pedro Oliveira em representação da Câmara Municipal, e a minha, enquanto presidente da Associação. Nas diferentes falas, ficou evidente um ponto comum: a interculturalidade deve ser entendida como um eixo essencial das políticas públicas locais.
Viver num município multicultural exige mais do que reconhecimento — exige compromisso político com a inclusão, a participação ativa e o respeito pelas múltiplas identidades que aqui convivem.
A condução do evento foi com a apresentação do Margarete Cardoso, e as intervenções artísticas dos brasileiros Eliene Nunes, Vinícius Azevedo e do nigeriano Young Joe, que trouxeram música e alma ao encontro.
Agradecemos também aos parceiros que tornaram o momento possível: à Frutivinhos –Cooperativa Agrícola de Vila Nova de Famalicão, pelo apoio com as bebidas, e à venezuelana Natahly Reyes, pela confecção do bolo de aniversário. Um agradecimento especial a Roberta, Lilian Canale e Stefany Leite — associadas que, de forma voluntária, estiveram na linha da frente da organização deste evento.
Contamos com a presença do vereador da Cultura, Pedro Oliveira; dos representantes partidários Sandra Pimenta e Catarina Rocha (PAN), Paulo Lopes (Iniciativa Liberal), Eduardo Oliveira (PS) e Pedro Alves (CHEGA); e da imprensa, com a jornalista Priscilla Rabelo, do Notícias de Famalicão. A presença destas autoridades reforça a importância da escuta activa e da cooperação constante entre sociedade civil e poder público.
A Associação é a única entidade não governamental com participação ativa nas reuniões sobre políticas locais de integração em Vila Nova de Famalicão — uma presença conquistada através de muito trabalho e compromisso ético. Nas celebrações do aniversário foi feita uma menção especial a Sofia Fernandes, pelo diálogo aberto e pela escuta atenta durante o seu mandato no Pelouro da Interculturalidade e Integração, assim como a Jorge Paulo Oliveira, cuja presença constante nos nossos eventos reforçam o incentivo contínuo à nossa missão.
Hoje, mais do que nunca, reafirmamos: acolher é um acto político e ético. Num momento em que a migração ganha destaque na Assembleia da República, com projectos legislativos em discussão, é crucial garantir que as vozes dos migrantes sejam ouvidas e que a integração seja uma prioridade nacional, para além do local.
Como presidente desta Associação, reafirmo o compromisso que temos com a construção de uma Vila Nova de Famalicão cada vez mais inclusiva, plural e justa. A interculturalidade é, para nós, um valor que fortalece a comunidade e enriquece a todos, e é com orgulho que continuaremos a trabalhar para que todos se sintam em casa.
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