A “Casa do Senador Sousa Fernandes”, edifício com traços típicos da arquitetura citadina oitocentista, construído no coração da cidade de Vila Nova de Famalicão entre 1850 e 1870, está em obras.
O contrato da empreitada, com data de agosto do ano passado, foi disponibilizado há alguns dias no portal base – plataforma online onde está registada e acessível toda a informação relativa a contratos públicos de Portugal. A obra foi contratualizada pela Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão por um valor superior a 185 mil euros e tem prazo de execução de 180 dias.

Dada a presença de trabalhadores e equipamentos no local, o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO contactou a autarquia, perguntando no que consiste exatamente a obra e o que foi feito dos azulejos que foram retirados da fachada da casa, sem qualquer anúncio prévio. No entanto, até ao momento, não obtivemos nenhuma resposta da assessoria de comunicação do presidente da Câmara Municipal, Mário Passos.
AZULEJOS RETIRADOS
Os azulejos com motivos geométricos, predominantemente de cor azul, foram retirados da fachada da imóvel pela Câmara Municipal há sete anos. Na ocasião, a estrutura concelhia do Bloco de Esquerda fez um comunicado a denunciar o ocorrido a 11 de maio de 2018.

No comunicado intitulado “Bloco acusa Câmara de Famalicão de destruição de património” lê-se: “Já era!… Num piscar de olhos tornou-se cinzenta a fachada mais azul da cidade. (…) O revestimento a azulejo 2×2 branco e azul, de motivos geométricos, típico da arquitetura citadina oitocentista, desapareceu na tarde desta sexta feira, dia 11 [de maio de 2018]”.
Lembrando que “a casa foi em diferentes momentos referenciada pelo seu valor para o Património, a Arquitetura, a História e a Cultura”, o partido destacava que “em 2010, no centenário da I República, a autarquia englobou o edifício num conjunto de 12 ao qual designou Casas dos Republicanos Famalicenses, reconhecendo-lhe relevo incontestado na memória coletiva”.
Na sequência do comunicado do Bloco de Esquerda, o gabinete de comunicação da autarquia veio a público esclarecer que os azulejos foram retirados “por razões de segurança”, na sequência da queda de alguns azulejos e de uma vistoria técnica ao local, referindo que “foram guardados para posterior recolocação”.
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