20.2 C
Vila Nova de Famalicão
Quarta-feira, 27 Agosto 2025
Manuela Cunha
Manuela Cunha
Professora de Educação Especial. Mestre em Ciências da Educação. Formadora em Inteligência Emocional e Comunicação Asservita e Empática. Coach Parental. Autora/Escritora.

Quando a frontalidade se torna um defeito

A agressividade disfarçada de frontalidade parece legitimar o direito à ofensa gratuita. Há palavras que matam mais depressa do que uma flecha.

2 min de leitura
- Publicidade -
Manuela Cunha
Manuela Cunha
Professora de Educação Especial. Mestre em Ciências da Educação. Formadora em Inteligência Emocional e Comunicação Asservita e Empática. Coach Parental. Autora/Escritora.

Famalicão

Todos nós já ouvimos alguém dizer-nos:

– Olha que eu sou muito frontal! O que tiver a dizer digo e fico o mesmo!

Falar das nossas emoções, expressar os nossos pensamentos ou convicções é uma qualidade humana inequívoca. É um direito à nossa liberdade individual.

Todavia, usar esta expressão nem sempre traz benefícios nas relações interpessoais pois, subjacente a ela está uma espécie de ameaça camuflada. A emoção que provoca no outro não é de certeza, uma reação de tranquilidade e de confiabilidade, nem muito menos de empatia.

Vivemos tempos de grande desconexão humana. A agressividade disfarçada de frontalidade e associada à ideia perene que a liberdade de expressão não tem limites, parece legitimar o direito à ofensa gratuita, à validação das inverdades e à difamação de forma inconsequente.

O ato de ofender, magoar, difamar, estilhaçar alguém só porque tem um pensamento divergente do nosso é gritante. Todos os dias temos exemplos disso, por exemplo, nas redes sociais. Às vezes até parece um “Concurso de Ofensores”.

Infelizmente, este é o exemplo que estamos a deixar às nossas crianças e jovens e, o pior, é que todos temos consciência disso, mas a falta de literacia emocional esmaga a nossa Humanização.

Recordando que há palavras que matam mais depressa do que uma flecha, é da nossa única responsabilidade não causar dano, muitas vezes irreversível ao outro, só para alimentar um ego maldoso ou para cair na ilusão que somos o suprassumo da razão.

O antídoto da frontalidade inconsequente é a assertividade, a habilidade de expressar as nossas emoções e os nossos pensamentos de forma clara, firme, segura e empática focada no respeito mútuo, no bom trato e na diplomacia.

Em jeito de conclusão, deixo-vos esta citação de LT para uma possível reflexão: “A frontalidade é masoquista, destrói os outros, e descobrimos que nos destrói também a nós… tarde demais.”

 

____________________

Os artigos de opinião publicados no NOTÍCIAS DE FAMALICÃO são de exclusiva responsabilidade dos seus autores e não refletem necessariamente a opinião do jornal.

Comentários

Manuela Cunha
Manuela Cunha
Professora de Educação Especial. Mestre em Ciências da Educação. Formadora em Inteligência Emocional e Comunicação Asservita e Empática. Coach Parental. Autora/Escritora.
- Publicidade -
- Publicidade -
- Publicidade -

Atualidade

O conteúdo de Notícias de Famalicão está protegido.