As obras da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão de reabilitação urbana realizadas no âmbito da criação de uma nova rotunda de acesso às futuras instalações do supermercado Mercadona, junto ao Estádio Municipal, estão a provocar polémica.
Em causa está a utilização pedras soltas de granito como elemento estético, colocadas frente a um recinto desportivo e no núcleo da rotunda, o que pode colocar em causa a segurança pública nas imediações do estádio famalicense em caso de confrontos entre adeptos de futebol.
O caso foi levantado esta sexta-feira pela Partido Socialista da União das Freguesias de Famalicão e Calendário, na sua página no Facebook, e num comunicado enviado aos meios de comunicação.
Isto um dia depois de o Ministério Público ter acusado quatro adeptos do FC Famalicão pelo arremesso de pedras e garrafas na direção de um grupo de adeptos do FC Porto, após um jogo de futebol à porta fechada, em junho de 2020, para a I Liga.
Para os socialistas de Famalicão e Calendário, “as obras a decorrer na Rua de São Julião, em particular na nova rotunda, preveem um enquadramento urbanístico interessante, mas perigoso”, em função de terem sido “colocadas pedras soltas enquanto elemento estético”. Por isso, diz o PS, trata-se de um caso “que merece a maior atenção e cuidado dos decisores políticos”.
“Sendo de difícil entendimento esta opção em qualquer outro ponto do nosso concelho, menos se entende que ocorra junto do Estádio Municipal”, consideram os responsáveis socialistas, adiantando que “esta é uma daquelas situações onde claramente mais vale prevenir do que remediar”.
Neste contexto, “sugerimos aos responsáveis políticos da União de Freguesias de Famalicão e Calendário e da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão que procedam à correção da obra pública em causa para que, desta forma, se anule o risco de acidentes futuros”, preconizam os socialistas de Famalicão e Calendário, acrescentando que “a prevenção e segurança das pessoas devem estar no topo das prioridades dos decisores políticos”.
MINISTÉRIO PÚBLICO ACUSA ADEPTOS DO FC FAMALICÃO
O caso dos pedregulhos utilizados como elemento de embelezamento da reabilitação urbana nas imediações do Estádio Municipal vem a público na semana em que o Ministério Público (MP) acusou quatro adeptos do FC Famalicão pelo arremesso de pedras e garrafas na direção de um grupo de adeptos do FC Porto, após um jogo de futebol à porta fechada, em junho de 2020, para a Liga Portuguesa.
Os socialistas, contudo, não fazem qualquer referência ao caso: “Pautamos a atuação política a favor de todos os famalicenses, com ideias e sugestões positivas a favor do bem comum”, limitaram-se a escrever no comunicado para justificar a posição tomada contra a intervenção urbanística.
Segundo uma nota publicada quinta-feira, 1 de abril, na página da Procuradoria-Geral Regional do Porto, o MP pede a condenação dos arguidos na pena acessória de interdição de acesso a recintos desportivos.
O MP considerou indiciado que os arguidos, no dia 3 de junho de 2020, integraram um grupo de adeptos que, no exterior do Estádio Municipal de Famalicão, apoiaram o clube da casa, no decurso do jogo contra o FC Porto, a contar para a I Liga.
O jogo foi realizado à porta fechada por força do contexto pandémico da covid-19.
Ainda segundo o MP, no final do jogo, pelas 23h40, já na Avenida Rebelo Mesquita, em Vila Nova de Famalicão, os arguidos, juntamente com outros adeptos do Futebol Clube de Famalicão, arremessaram pedras e garrafas na direção de um grupo de adeptos do FC Porto, “sendo incentivados a fazê-lo por um dos arguidos”.
O MP acusou os arguidos da prática de um crime de arremesso de objetos ou de produtos líquidos.
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