Teatro ajuda à inclusão de doentes mentais

Projeto da Universidade do Minho chega ao palco este domingo, no Porto; segue-se o lançamento de um filme e livro.

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Oito pessoas com perturbações mentais e dois atores profissionais protagonizam este domingo, no Porto, a peça teatral “IrRomper”, que quer desmistificar e ajudar na reabilitação psicossocial. A sessão ocorre às 18h00, no auditório do Centro Paroquial de Aldoar, e no final os participantes conversam com o público. O espetáculo tem reposição a 9 e 16 de outubro, à mesma hora.

Esta é a primeira iniciativa visível do projeto “Romper – Arte e Saúde Mental”, coordenado por José Eduardo Silva, docente de Teatro e investigador do Centro de Estudos Humanísticos da UMinho. Na prática, o seu projeto alia teatro documental com histórias ficcionadas dos envolvidos, que culmina este mês numa peça teatral, num livro, num documentário e numa conferência. O trabalho durou um ano, teve financiamento de 40 mil euros da Direção-Geral das Artes e a parceria das associações Apuro, Encontrar+se e Vozes de Esperança.

Os oito participantes do projeto sofrem de doença bipolar, depressão, esquizofrenia e transtorno obsessivo-compulsivo, entre outras patologias. Foram sobretudo eles a escrever a narrativa, misturando experiências reais e ficção, e estão “muito entusiasmados”, diz José Eduardo Silva. “Podem exprimir-se livremente e os métodos teatrais de improviso potenciam o seu desenvolvimento pessoal, a autonomia e as suas mensagens, ajudando a afastar preconceitos sobre as suas doenças e abrindo horizontes”, explica.

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Nascido em Guimarães em 1975, José Eduardo Silva é doutorado em Psicologia e já tinha mostrado cientificamente no “Creativity Research Journal” que artes como o teatro promovem o funcionamento psicológico a vários níveis. “O trabalho artístico é uma ferramenta inclusiva – constrói pontes na promoção da saúde mental, no combate ao estigma e na criação de saber e inovação”, justifica. No entanto, no presente projeto admite ser cedo para falar em “mudanças profundas”, pois isso exige um trabalho contínuo a médio/longo prazo.

O “Romper” inclui a 9 de outubro, às 15h30, uma conferência com a psiquiatra Maria João Heitor, a economista social Joana Morais e Castro e a terapeuta Cecília Villares. No dia seguinte, às 18h00, vai ser estreado o documentário “Romper”, de Francisco Lobo, comentado pelo psicólogo Luís Fernandes. A 17 de outubro, às 18h00, é a vez de o ator Rui Spranger apresentar o livro “Romper – Teatro e Saúde Mental”. Todas as iniciativas estão agendadas para o Centro Paroquial de Aldoar. A entrada é livre, sendo as inscrições em reservas.apuro@gmail.com ou 960252122.

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