Casa da Memória Viva planta uma árvore pelos que vivem com doença de Alzheimer

Associação estará em Riba de Ave no sábado, para conhecer o CIDIFAD, unidade de saúde da Misericórdia local vocacionada para as demências.

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Fotografia CMV/DR

A associação famalicense Casa da Memória Viva (CMV) vai assinalar, no próximo fim de semana, o “Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer” com uma visita ao Centro de Investigação, Diagnóstico, Formação e Acompanhamento das Demências (CIDIFAD), em Riba de Ave, e a plantação de uma árvore no jardim do Centro Pastoral da Paróquia da Santo Adrião, junto à nova igreja atriz da cidade.

Do programa da visita àquela que é, para os promotores, “uma das poucas unidades de saúde existentes em Portugal vocacionada para o diagnóstico e os cuidados diferenciados de pessoas com demência”, consta também um colóquio sobre “Práticas de vida saudável para contrariar a doença de Alzheimer”, em que será palestrante a médica Isabel Seixas, especialista em medicina interna e diretora clínica adjunta daquela valência da Santa Casa da Misericórdia de Riba de Ave. A instituição constitui uma “mais-valia para a comunidade famalicense e o concelho e a região devem valorizar o extraordinário trabalho que ali é feito”, declara Carlos de Sousa, presidente da direção da CMV.

A iniciativa decorre no sábado de manhã, entre as 10 e as 12 horas, preenchendo grande parte do 3.º Passeio da Famalicidade, que arranca às 9,40 horas da cidade de Famalicão, junto à loja dos CTT, na Rua S. João de Deus, em direção a Riba de Ave. A inscrição, gratuita, é obrigatória, podendo ser feita até à próxima sexta-feira, dia 19, mediante o preenchimento de um formulário digital constante da página da CMV no Facebook ou através do envio de uma SMS com nome e número de telemóvel do interessado para o  969270092. Se precisar de transporte V. N. Famalicão-Riba de Ave-V. N. de Famalicão, deverá acrescentar “transporte”.

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No domingo, em que, por decisão da Organização Mundial de Saúde, se assinala o “Dia Mundial da Pessoa com Doença de Alzheimer”, a CMV plantará a “Árvore do Reconhecimento”, pelas 12h15, no jardim do Centro Pastoral, junto à igreja matriz (nova) da cidade, como forma de expressar o seu agradecimento ao Pe. Francisco Carreira, pároco e arcipreste de Vila Nova de Famalicão até ao fim de agosto passado.

A árvore será benzida pelo atual pároco, padre Fernando Torres, depois da missa dominical das 11h15, que será de ação de graças pelas pessoas com doença de Alzheimer e seus cuidadores e familiares.

“Não somos uma associação confessional nem assistencialista. A nossa missão primordial é sensibilizar e informar a opinião pública para o problema de saúde pública que são as demências, assim como capacitar cuidadores e familiares de pessoas com uma vida condicionada pelas doenças do foro neurodegenerativo. Mas, não podíamos deixar de ter um gesto de público reconhecimento pelo incentivo e apoio cúmplice que sempre recebemos do Ppadre Francisco Carreira, em prol da dignificação das pessoas da nossa comunidade que vivem com demência. Ajudou-nos a derreter o gelo do estigma e a abrir algumas portas que estavam fechadas”, justifica o presidente da direção da CMV.

A “Árvore do Reconhecimento” é um exemplar da espécie “ginkgo biloba”, uma das plantas mais antigas e resistentes na Terra, originária da China, muito utilizada pelas suas propriedades terapêuticas, nomeadamente para a melhoria da função cognitiva e da memória e o funcionamento do sistema vascular.

A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência em todo o mundo, chegando a atingir 70% dos casos registados anualmente em boa parte dos países considerados desenvolvidos. Provoca a deterioração global, progressiva e irreversível de diversas funções cognitivas, como a memória, a atenção, a concentração, o domínio da linguagem e a capacidade de pensamento. Em consequência, há lugar a alterações no comportamento, da personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização de atividades rotineiras. Apesar dos avanços da Ciência, continua a não haver cura.

A Alzheimer Portugal disponibiliza uma linha telefónica de apoio a familiares e cuidadores de pessoas com demência, acessível pelo número 963604626.

Entretanto, um estudo de dois investigadores da Universidade de Bordéus, Michaël Schwarzinger e Carole Dufouilb, divulgado na publicação científica “The Lancet Public Health” no início de 2022, estima que em 2050 haverá 153 milhões de pessoas no mundo a viver com demência, quase 270% mais do que as projeções validadas pelas autoridades sanitárias mundiais para 2019 (57 milhões). Na mesma publicação, os autores preveem que daqui a 25 anos Portugal tenha 351.504 pessoas com demência, um crescimento superior a 75% relativamente ao número correspondente às estimativas de 2019 (200.994).

A Casa da Memória Viva foi criada há seis anos e tem como propósito essencial a “salvaguarda e valorização da memória na, da e pela comunidade famalicense”. Em conformidade, tem privilegiado as ações de sensibilização e informação da opinião pública local sobre a prevenção e os impactos das formas mais comuns de demência, assim como a capacitação de cuidadores e familiares de pessoas em défice cognitivo.

Vem pugnando igualmente pela salvaguarda e valorização da memória identitária de Vila Nova de Famalicão.

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