A obra de alargamento da ponte sobre o rio Pelhe, no lugar de Moledo, na freguesia de Gavião, está a deixar alguns moradores descontentes. Em causa, o encerramento de um caminho pedonal.
Em busca de solucionar o problema moradores da freguesia estão a recolher assinaturas para uma petição que será entregue ao presidente da Junta de Gavião e ao presidente da Câmara Municipal. Até ao momento já foi recolhida cerca de uma centena de assinaturas.
O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO visitou o local e falou com alguns moradores. Com a obra de alargamento da rua foi construído um muro que vedou o caminho ao caminho pedonal. No local há um grande cartaz com a frase “Queremos o nosso caminho”.
“O caminho é usado por moradores da região, pessoas de outras freguesias, desportistas da área do atletismo, do BTT e motociclismo”, destaca Cristina Guimarães, uma das organizadoras da petição.
Para salientar a importância do caminho, integrado numa paisagem de eucaliptos e carvalhos, a moradora cita como exemplo o facto de o caminho integrar a rota de competições de BTT com a participação de centenas de atletas.
“Se todos os proprietários decidirem encerrar esses caminhos de servidão serão prejudicadas todas as pessoas que querem aproveitar esses espaços para fugir um pouco da poluição da cidade”, refere Andreia Guimarães. “A alternativa será andar pelas estradas, junto aos carros e da poluição. É uma pena o que está a acontecer”, lamenta a moradora.
O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO contactou também António Emídio, presidente da Junta de Gavião. O autarca refere que já reuniu com os moradores descontentes, mas quaisquer ações sobre esse assunto terá de ser tomada por “quem se sentir prejudicado”, uma vez que “o caminho está dentro de um terreno privado e existem outras alternativas e a acessibilidade da população está assegurada”.
OBRA AINDA NÃO TEM DATA PARA TERMINAR
O NOTÍCIAS DE FAMALICÃO perguntou a António Emídio sobre o prazo previsto para a conclusão da obra. O autarca explicou que está a terminar a primeira fase. “Antes do início da segunda fase haverá uma paragem de, no máximo, dois meses, por causa do nível de água do rio”, explica o autarca.
Uma vez que a área intervencionada envolve o rio Pelhe, o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO também perguntou ao autarca se foi realizada consulta às entidades ambientais. António Emídio explicou que as diligências junto da Associação Portuguesa do Ambiente foram feitas pela Câmara Municipal.
Também designada por Caminho Municipal 1483, a Rua da Ponte é uma ligação importante para a zona este do concelho. Trata-se de uma via com curvas e contracurvas e de elevado tráfego rodoviário, inclusive de transporte público de passageiros e camiões que efetuam cargas e descargas para indústrias ali localizadas.
Além do encerramento do caminho pedonal, os moradores da área têm outras insatisfações com a obra. “Não resolve o problema por completo. As curvas continuam muito acentuadas e o risco de acidentes permanece elevado. E vão mudar a paragem de autocarro de sítio, aumentando o perigo para as crianças”, destaca Andreia Guimarães.
Em abril do ano passado o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO noticiou que a via seria alvo de uma intervenção. [ver notícia Gavião. Rua da Ponte será alargada]
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