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Domingo, 5 Maio 2024
Annalisa Quintão
Nasceu em Itália e reside em Portugal há vários anos. Está a fazer o doutoramento em Estudos Culturais pela Universidade do Minho. Atualmente é docente do ensino básico em Vila Nova de Famalicão.

Quando ganham os bons

Vaticinaram-lhe um arrumar de botas, mas Rui Rio ganhou. Às vezes também ganham os melhores.

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Annalisa Quintão
Nasceu em Itália e reside em Portugal há vários anos. Está a fazer o doutoramento em Estudos Culturais pela Universidade do Minho. Atualmente é docente do ensino básico em Vila Nova de Famalicão.

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Vivem-se tempos estranhos. Tempos em que se exige aos políticos que não nos atirem com a verdade à cara. Que não nos violentem a dizer o que realmente pensam. Que sejam meiguinhos e nos embalem com uma música doce, com promessas de uma amanhã cheio, com praia, sol e mar, e ao mesmo tempo com a neve, o chocolate quente e a lareira.

Temos a geração mais instruída de sempre, vivemos com a maior comodidade de sempre, com o mundo mais pacífico de sempre e, que não haja dúvidas – devemo-lo à democracia.

Por mais lamentos que haja, a democracia trouxe-nos até aqui: à abundância, à civilização e, essencialmente, à paz.

Ainda assim, esquecidos e ingratos, muitos de nós não vamos votar. Muitos mesmo. Dos que vamos, preferimos muitas vezes os que nos faltam à verdade com todos os dentes – os seus e de outros, emprestados – e não escrutinamos, julgamos ou exigimos, senão através de atoardas estéreis nas redes sociais e conversas de circunstância.

Por isso, sou levada a pensar que talvez Rui Rio esteja deslocado do seu tempo. Não sou dos que dizem que “não é um político” mas sim que pertencerá a uma democracia de uma dimensão diferente – num sistema em que se diz ao que se vai, com que intenções, sem truques na manga nem malabarismos, sendo-se responsável, pondo de parte o interesse do partido quando deve prevalecer o interesse nacional, pondo de parte o interesse pessoal, dizendo o que pensa e o que tem intenções de fazer, pondo as pessoas, a sociedade, acima de qualquer outra mesquinhez.

Entretanto, surgiu Paulo Rangel, saído do Olimpo dos sábios, dos nevoeiros de Bruxelas, da superlativa intelectualidade, que disse na prática, sem porquê nem em tempo, que queria ganhar a liderança do partido e ser candidato nas próximas legislativas. Falou, no fundo, de nada durante muito tempo e com notável eloquência. Teve em torno a entourage dos seus semelhantes e, de nada falando durante muito tempo e, repito, de forma realmente eloquente, teve destes os mais entusiásticos aplausos. Este sim, seria um político contemporâneo que não nos espantava, capaz de ganhar eleições.

Em contraponto, Rui Rio, disse que olharia para a direita e para a esquerda – como se faz para atravessar a rua, afinal os carros vêm dos dois lados. Um horror, disseram. Vaticinaram-lhe um arrumar de botas, estando a estrutura maioritariamente do lado do Dr. Rangel que, não obstante ter de manter a linha, fez inclusive o “roteiro da carne assada” batendo a todas as portas, rezando a todos os santinhos de todas as capelinhas pelas quais passava.

Veja-se, ganhou Rui Rio. Acontece. Às vezes também ganham os melhores.

 

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Nasceu em Itália e reside em Portugal há vários anos. Está a fazer o doutoramento em Estudos Culturais pela Universidade do Minho. Atualmente é docente do ensino básico em Vila Nova de Famalicão.
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