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Vila Nova de Famalicão
Domingo, 5 Maio 2024
Guilherme Marques da Fonseca
Investigador e docente convidado do Ensino Superior, comentador da Radio France Internationale, membro do Conselho Geral do Boavista F.C. e Presidente do Douro Rugby Club. É economista, mestre em Finanças e doutorando em Gestão Aplicada.

Gastar o dinheiro, o tempo e a paciência dos contribuintes de forma pouco hábil

Existem duas formas muito simples de destruir uma cidade. A primeira (e mais eficaz), é fazer o que Bush fez em Bagdade, no ano de 2003: bombardeá-la. Já a segunda (e mais barata), é imitar aquilo que está a acontecer ao trânsito no centro de Famalicão.

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Guilherme Marques da Fonseca
Investigador e docente convidado do Ensino Superior, comentador da Radio France Internationale, membro do Conselho Geral do Boavista F.C. e Presidente do Douro Rugby Club. É economista, mestre em Finanças e doutorando em Gestão Aplicada.

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No mês em que Famalicão celebra 36 anos da elevação à categoria de cidade, o seu hospital adquiriu, finalmente, um ressuscitador neonatal – dispositivo de apoio à respiração cardiopulmonar a recém-nascidos. A aquisição foi financiada “a meias” entre um grupo de empresários e a Câmara Municipal.

Embora o mérito desta notícia possa ter soado meramente simbólico, olhando apenas ao seu custo (15 mil euros) e ao timing do aprovisionamento per si, acredito ser de saudar a união de esforços entre privados e a autarquia para a resolução de um problema muito concreto e relevante, que demorava a desaparecer do serviço de saúde pública do concelho.

A união entre esferas distintas da sociedade provou-se, mais uma vez, como um caminho expedito, certeiro e (muito) digno – especialmente quando o Estado teima em faltar aos seus deveres constitucionais para com os próprios cidadãos.

Também no presente mês, o Município anunciou o desenvolvimento de um portal eletrónico desportivo que terá por objetivo listar e expor toda a oferta desportiva do concelho, pretendendo abranger todos os clubes, associações e horários das respetivas modalidades – o que, a ser bem executado, poderá ajudar ao ecleticismo no desporto concelhio (que ainda vive quase exclusivamente do, e para o, futebol; veja-se o exemplo da triste história do Rugby no concelho, sempre tido como um “frete”, um “tem de ser” que nunca ajudou a arrebatar votos…).

Finalmente, existem duas formas muito simples de destruir uma cidade. A primeira (e mais eficaz), é fazer o que Bush fez em Bagdade, no ano de 2003: bombardeá-la. Já a segunda (e mais barata), é imitar aquilo que está a acontecer ao trânsito no centro de Famalicão. Ou seja, pegar na mais simples lógica aristotélica, no mais básico conhecimento geral de gestão urbanística, e no respeito primário pelos ciclistas, condutores e peões famalicenses, e meter tudo isso numa surpreendente gaveta de esquecimento.

As planeadas e imobilizadas obras têm causado e vão continuar a causar enorme transtorno aos munícipes (sim: aqueles “teimosos” que continuam a querer viver numa cidade que, nos anos 90, apresentava tudo para ser um caso de estudo pela positiva, mas que optou – deliberadamente – por permanecer um dormitório de Braga e do Porto), assim como aos contribuintes de outros locais que, em trabalho ou em lazer, optam por passar pela nossa cidade.

Além disso, estas obras são desprovidas de qualquer réstia de noção sobre a temática do investimento sustentável: não temos mais transportes públicos nem mais passes sociais que incentivem as pessoas a deixar o carro em casa; não temos (ao fim de 20 anos) uma ciclovia “una”, ou qualquer estrutura consistente, que seja verdadeiramente segura para os ciclistas e peões, no coração da cidade. Há a frustrante “faixa para bicicletas” que liga a Rotunda Bernardino Machado ao Parque 1º de Maio (onde podemos observar carros estacionados em segunda fila, além da total ausência de ciclistas).

Ou seja, “investimento sustentável” parece ser sinónimo de plantar árvores (e pouco mais). Isto, numa altura em que são colocadas caixas de viragem a destruir o fluxo de trânsito em trechos de uma estrada nacional (entre outras “pérolas” urbanas recentes: como a eliminação de faixas centrais que permitiam a circulação de viaturas prioritárias sem que o trânsito paralisasse, etc.).

Em pleno 2021, alguém teve a ideia de gastar o dinheiro, o tempo e a paciência dos contribuintes de forma muito pouco hábil – contribuintes esses, que se veem fartos de tanta “jiga joga” pseudo-reformista, mal-adaptada de países de primeiro mundo, tão típica do nosso poder decisório, esquecendo as características particulares do nosso país.

Será que temos o País – e o dormitório – que merecemos? Quero acreditar que ainda vamos a tempo de conseguir inverter (construtivamente) a trajetória.

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Guilherme Marques da Fonseca
Investigador e docente convidado do Ensino Superior, comentador da Radio France Internationale, membro do Conselho Geral do Boavista F.C. e Presidente do Douro Rugby Club. É economista, mestre em Finanças e doutorando em Gestão Aplicada.
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