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Vila Nova de Famalicão
Segunda-feira, 29 Abril 2024

A falta de estacionamento em Famalicão é um problema que não se resolve sozinho e cuja tendência é piorar

Desperdiçada a oportunidade da construção de um parque subterrâneo na Praça D. Maria II, é necessário que sejam estudadas formas de, pelo menos, minimizar a escassez de estacionamento em Famalicão.

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Famalicão

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Toda a gente sabe: o estacionamento em Famalicão minguou. O número de lugares de estacionamento na cidade diminuiu consideravelmente. Vejamos.

Antes, era possível estacionar ao longo de toda a avenida do centro de saúde até à estação de comboios e em frente ao Parque 1º de Maio. Lugares de estacionamento que foram eliminados com a criação da ciclovia.

Outros lugares de estacionamento, nomeadamente na Rua António Sérgio (perto da PSP) e junto da Escola Secundária Camilo Castelo Branco, desapareceram com a criação dos espaços para embarque e desembarque de alunos (se são usadas ou não para o efeito é tema para outro texto).

Por falar na Escola Camilo, a ciclovia também diminuiu o número de lugares de estacionamento em frente da escola com a mudança no sentido de orientação dos veículos estacionados.

Na avenida 25 de Abril, na Avenida de França, Rua Luís Barroso e noutras vias, vários lugares de estacionamento são agora postos de carregamento para elétricos.

Há lugares de estacionamento que foram eliminados para a criação de esplanadas.

Há lugares de estacionamento que estão temporariamente indisponíveis por obras – públicas ou privadas – que teimam em demorar.

Para que fique claro: não se está contra a necessidade de postos de carregamento para veículos elétricos ou a realização de obras, por exemplo.

A questão é a falácia de que Famalicão é uma cidade repleta de estacionamento e que se há problemas relacionados com estacionamento é porque os famalicenses são uns mal-educados.

Há pessoas que querem estacionar à porta da loja ou do café? Sim, há. Mas não é toda a gente assim e o problema de estacionamento na cidade não se resume a isso.

A menos, claro, que alguém ache normal estacionar num parque de supermercado (e aí há muito por onde escolher – embora alguns já controlem o acesso mediante a realização de compras) e depois vir a pé fazer compras ao talho e outros estabelecimentos do comércio tradicional.

Todos queremos uma cidade viva, mas isso é mais do que ser bonita na fotografia (e acredito que ficará depois das obras, embora despida de verde e descaracterizada pela pedra e cimento).

Uma cidade viva é onde podemos ir a uma consulta médica, uma sessão de fisioterapia, fazer cópia de uma chave, levar sapatos para arranjar ou comprar um presente.

Uma cidade viva é onde fazer qualquer dessas atividades básicas não seja um transtorno.

Claro, que há uma tendência mundial para a redução do uso de automóvel por razões ambientais, etc. Mas há também uma população envelhecida e a envelhecer. E é preciso não dar asas a megalomanias que façam confundir Vila Nova de Famalicão com grandes capitais europeias, com realidades bem diferentes da nossa.

ESTACIONAMENTOS ESPECIAIS

Nem mesmo quem tem direito a lugares de estacionamento reservados para o exercício das suas funções laborais tem tido a vida facilitada. Os taxistas tiveram a rotina de uma vida alterada por causa das obras, mudando para lugares que não são os mais favoráveis (em termos de visibilidade e acesso) à sua atividade.

No entanto, ainda há pior. É que tem sido comum que os lugares reservados para táxis estejam rotineiramente ocupados por veículos “normais”. Como vão os taxistas apanhar passageiros se não podem estar nos espaços reservados para esse efeito?

Sobreviveram aos confinamentos por causa da covid-19 que tanto afetaram os seus rendimentos e agora têm de disputar lugares que são seus por direito.

Além dos taxistas, há outros motoristas que precisam de lugares de estacionamento para desempenho das suas atividades. Refiro-me aos lugares de cargas e descargas.

PESSOAS COM DEFICIÊNCIA

Ao longo deste texto tenho feito referências aos lugares de estacionamento ditos “normais”, mas se focarmos as atenções (e é bem preciso falar sobre este assunto) no estacionamento para pessoas com deficiência, mobilidade reduzida, etc. a situação é muito pior.

A situação para pessoas que – de forma permanente ou temporária – precisam de lugares de estacionamento de mobilidade reduzida é dramática. Os lugares de estacionamento, que já eram poucos, diminuíram.

RISCO DE ACIDENTES

Uma das consequências é que as pessoas acabam estacionando em espaços onde tiram espaço para manobrar assim como também visibilidade a outros carros e também aos peões. As consequências podem ser de carros arranhados e amolgadelas a atropelamentos.

E nesse ponto não me refiro a carros que ficam mal-estacionados por instantes. Um olhar atento vai mostrar que quem trabalha em Famalicão tem muita dificuldade em estacionar.

É possível ver automóveis que passam o dia inteiro em cima de canteiros, parcialmente sobre passeios, em zonas assinaladas com linhas amarelas, curvas, paragens de autocarros, etc.

ESTACIONAR EM DUAS RODAS

E o problema não é exclusivo de quem conduz automóveis. Motociclistas também se queixam que os lugares para estacionamento de motas que existiam no centro da cidade foram eliminados com as obras. É compreensível que com as obras tal tenha sido necessário. O que não se compreende é que não tenha sido providenciada uma alternativa temporária. A solução é qual? Deixar a mota em casa enquanto durarem as obras?

E por falar em duas rodas, também há lugares de estacionamento que desapareceram para dar lugar a bicicletários. Nada contra. Mal seria se os projetos milionários das ciclovias não contemplassem estacionamento para quem decidisse vir para o trabalho ou escola de bicicleta. O tempo dirá se terão utilidade. Esperamos que tenham.

PAGAMENTO FORMAL E INFORMAL

Reparem que o texto faz referência a lugares de estacionamento, sem distinção entre pagos ou gratuitos. Esse é outro tema que merece ser discutido com atenção.

Famalicão tem dos estacionamentos mais caros da região. Tem dúvidas? Verifique quanto se paga por cada fração de 15 minutos, por uma diária ou avença mensal em municípios vizinhos.

Vejamos o exemplo de Guimarães. Além dos parques públicos gratuitos, há parque públicos pagos, onde além do estacionamento horário, existe a opção de bilhetes diários, das 8h00 às 20h00, por cinco euros, e avenças mensais a partir de 16 euros.

Em Famalicão não há parques pagos de gestão pública. As opções de estacionamento são parques gratuitos, zonas de pagamento com parquímetro, ruas sem parquímetro e dois parques de gestão privada: o Cónego Joaquim Fernandes (junto à Câmara Municipal) e o Sagres (sob o Parque da Juventude). A avença mensal para estacionamento custa 65 euros.

Além disso, em Famalicão mesmo o estacionamento dito gratuito acaba por, especialmente em determinados espaços e horários, implicar pagamento – não em bilhetes e parquímetro, mas a arrumadores.

E a situação poderia ser pior. Portugal está a atravessar uma seca. Imaginam como teria sido para estacionar nos últimos dois anos se além de obras tivéssemos grandes chuvas?

Na opinião de algumas pessoas, a solução para situações referidas acima é simples: chamar a polícia. Pergunto: multar resolve o problema? Acredito que em casos pontuais e específicos, sim, pode resolver. Em todas as situações? Não. Multas são ações de fiscalização não instrumentos de gestão.

Desperdiçada a oportunidade da construção de um parque subterrâneo na Praça D. Maria II, é necessário que sejam estudadas formas de, pelo menos, minimizar a escassez de estacionamento em Famalicão. É um problema que não se resolve sozinho e cuja tendência é piorar.

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