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Sexta-feira, 3 Maio 2024
Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

O problema será só o altar? 

Está frio, mas há assuntos quentes. 

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Carlos Folhadela Simões
Formado em Ciências Farmacêuticas, é professor do Ensino Secundário. Cidadão atento e dirigente associativo.

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As polémicas surgidas em torno da Jornada Mundial da Juventude, a ocorrer em Lisboa de 1a 6 do próximo agosto, tiveram o condão de desviar as atenções das consecutivas trapalhadas.

O anúncio da atribuição a Portugal da organização da Jornada há quatro anos (27.01.2019) foi efusivamente saudado pelo Presidente da República e pela Igreja. Tal antecedência faria prever uma organização exemplar, uma planificação atempada e uma preparação sem sobressaltos.

A sete meses do evento e como bons portugueses, exímios no deixa andar, começam a surgir situações que são elucidativas da forma como se vão gerindo os dinheiros públicos.

São várias as situações que este evento e o seu financiamento permitem questionar. E foram diversas as vozes que se fizeram ouvir. Uns cogitavam sobre a legitimidade de um estado constitucionalmente laico chamar a si uma relevante cota parte da despesa de um evento umbilicalmente ligado a uma confissão religiosa.

Outros entendem ser incompreensível os ajustes diretos, o adiar decisões e a aparente anarquia na pressuposta complexa organização de um evento que deverá trazer a Portugal, para além do Papa, mais de um milhão de jovens.

Com um orçamento previsto da ordem dos 160 milhões de euros e um retorno estimado de 350 milhões, tudo poderia ser pacífico face ao superavit.

Num tempo em que tudo é questionável, a polémica centrou-se no altar/palco onde o Sumo Pontífice celebrará missa e que só por si onera o evento em cerca de mais de 5 milhões de euros.

É um altar à imagem dos hipotéticos Prada vermelhos de Ratzinguer, o emérito Bento XVI, mas quiçá, inadequado para os pretos, velhos e gastos sapatos do jesuíta Francisco.

É um projeto caro, digno e sumptuoso. A fazer-se que seja algo que fique. Que marque. Que perdure. Quantas polémicas não tivemos já de idêntica natureza? Lembram-se do CCB? O que terão pensado os nossos antepassados em relação ao Mosteiro dos Jerónimos? E ao Convento de Mafra, embora aí fosse tempo de vacas gordas?

Recordam-se do Euro-2004? Custo total de 6,24 mil milhões de euros. Só nos estádios 620 milhões, 25% dos quais assumidos pelo estado e já sem ouro de terras de Vera Cruz. Há 19 anos!

Os experts da matéria afirmam que ficará um equipamento funcional, reutilizável e polo central para a realização de eventos para públicos numerosos. Parece ser do ponto de vista financeiro um bom investimento.

É claro que no tempo que vivemos é uma quantia exorbitante para um equipamento que terá utilização sazonal. No entanto corresponde a apenas 3% do orçamento total. Já o coordenador do grupo do projeto, o ex-vereador socialista da Câmara Municipal de Lisboa, receberá 2,7% líquidos do custo do palco, pelo exercício dessas funções que se prolongarão mais de um ano para além do final do evento. Continua tudo a ser uma questão de escala.

Se nos candidatamos a um evento desta dimensão, considerado por muitos como o maior evento da Igreja Católica, temos e devemos dar conta do recado.

Os professores continuam a pugnar pela defesa intransigente da Educação.

Mantêm-se em greve e em luta. Coesos. Determinados. Decididos.

Escrever sobre o que são as suas reivindicações seria chover no molhado, pois infelizmente são as mesmas há mais de uma década.

Prefiro deixar aqui transcrita uma frase de um conceituado sociólogo, sobre o estadio da educação em Portugal. Diz: “Torna-se difícil para mim entender a educação que não assente no conhecimento e na cultura, no esforço e no rigor, na exigência e na disciplina”. (…) “Não simpatizo com os novos profetas, eles prometem escola do século XXI, a escola do futuro em que os alunos interagem com as tecnologias, desenvolvem competências e o professor se torna uma espécie de animador de sala de aula.” Palavras para quê?

 

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