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Sexta-feira, 3 Maio 2024

Empresas fortes, precisam-se!

A excessiva dependência das instituições financeiras e até mesmo do crédito de fornecedores, coloca a empresa, em parte, nas mãos de externos à mesma. De certo modo amputa a liberdade dos empresários e das suas decisões, coloca em causa a sua rentabilidade e determina uma menor capacidade de crescimento.

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José Tinoco
Natural de Pousada de Saramagos, é licenciado em Gestão de Empresas e pós-graduado em Finanças Empresariais. É economista, contabilista certificado e especialista em fiscalidade. É fundador e CEO da Ponto Mais.

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A capitalização das empresas nem sempre é um tema bem tratado. Ora desconhece-se em bom rigor do que se trata ora procuram-se soluções convenientes ao propósito de cada um, sem ir ao verdadeiro âmago da questão.

Entendo como necessário refletir um pouco sobre este tema, que mais que oportuno, é muito relevante, principalmente nos tempos que se vivem.

Tecnicamente, sem ser este o propósito principal desta reflexão, a capitalização das empresas mede-se pelo seu capital social (quotas ou ações detidas pelos sócios) acrescido, ano após ano, dos resultados obtidos e não levantados. Grosso modo, temos duas grandes formas de capitalizar as empresas – ou por entregas dos sócios ou por via de acumulação dos lucros obtidos ao longo dos anos. Naturalmente que numa análise mais aprofundada, que não cabe aqui, obrigaria a analisar setores de atividade, mercados, regiões, dimensão, etc.

Importa para esta reflexão, de modo genérico, analisar a preparação ou impreparação das empresas para resistirem a períodos mais críticos, como aquele em que nos encontramos. É sabido que, salvo raras exceções, o tecido empresarial está num período de retração, que se espera que estenda por 2 anos. A capacidade de resistência e resiliência depende em muito da estrutura de cada empresa e da sua capacidade de ultrapassar com maior ou menor impacto períodos menos favoráveis. Define ainda a sua capacidade de, após a retração, enfrentar novos períodos de crescimento.

As empresas portuguesas são, ao nível europeu, das que apresentam piores rácios de capitalização, adivinhando-se por isso maiores dificuldades nos períodos recessivos. Em tudo podemos estabelecer um direto paralelismo com a nossa vida pessoal. Quanto maior poupança e menores compromissos, maior é a capacidade de enfrentar dificuldades imprevistas.

É importante, dalgum modo, trazer este tema ao meio empresarial. Claro está que a consciencialização e responsabilidade social de cada empresa em muito depende dos empresários e da sua capacidade de entender que uma empresa tem também um papel social. Nem sempre os empresários têm a sua sensibilidade aguçada para este assunto, desempenhando aqui um papel importante os técnicos que nesta matéria os assessoram. As próprias associações empresariais, de quem nem sempre se percebe muito bem o seu papel, têm esta obrigação de pedagogia e formação.

Sou dos que defende, assumindo aqui algum menor acolhimento público, que um empresário deveria ser obrigado a uma formação e/ou certificação mínima antes de criar o seu próprio negócio. Deveria desde logo conhecer, ainda que de modo superficial, as obrigações sociais, laborais, ambientais, etc., de uma empresa. Poucos têm a noção dos custos de contexto, por exemplo, dos licenciamentos necessários bem como de toda a panóplia de obrigações declarativas para com os organismos públicos. Vejamos que só para com a Administração Tributária, potencialmente, são mais de 60 obrigações declarativas fiscais…

É da maior relevância perceber que nas alturas de crescimento se deve “aforrar”, reforçando os capitais da empresa, permitindo deste modo ganhar capacidade de enfrentar adversidades futuras. Como atrás se refere, o nível de endividamento (dependência de terceiros) das empresas em Portugal é muito alto e deveria ser objeto de reflexão. A excessiva dependência das instituições financeiras e até mesmo do crédito de fornecedores, coloca a empresa, em parte, nas mãos de externos à mesma. De certo modo amputa a liberdade dos empresários e das suas decisões, coloca em causa a sua rentabilidade e determina uma menor capacidade de crescimento.

Claro está que se assume que as empresas durante o seu percurso tenham períodos de rentabilidade suficiente que permita remunerar os seus empresários e ainda assim criar “musculo” para futuro. Se tal não for possível em períodos muito longos pode sempre hipotecar aquilo que se conhece como o Princípio da Continuidade. Se tal acontecer é porque algo pode estar errado e deve o empresário refletir sobre o seu negócio e a sua estratégia, podendo esta já não estar devidamente alinhada ao mercado global em que opera.

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José Tinoco
Natural de Pousada de Saramagos, é licenciado em Gestão de Empresas e pós-graduado em Finanças Empresariais. É economista, contabilista certificado e especialista em fiscalidade. É fundador e CEO da Ponto Mais.
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