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Sexta-feira, 3 Maio 2024
Tiago Lopes
Tem 21 anos e é estudante de Direito na Universidade do Porto. É apaixonado por política e pela natureza. Ocupa os tempos livres a ler, tocar piano, jogar xadrez e andar de bicicleta.

Não se pode passar panos

O governo não contava que isto seria a assinatura da sua declaração de óbito. Os militares de carreira viram-se ultrapassados pelos milicianos, a chamada "tropa macaca", que mais não eram do que cidadãos comuns veteranos do Ultramar.

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No passado dia 25 de julho, deu-se o falecimento de Otelo Saraiva de Carvalho. No entanto, esta pessoa é rodeada por uma grande controvérsia, que nem a sua morte consegue dissipar. Por um lado, seria o pensador por detrás da Revolução dos Cravos, o salvador do povo oprimido português e, por outro, o líder das FP-25, as (mal)ditas Forças Populares 25 de Abril. Terá quem o considere um herói, outros há que o veem como um criminoso assassino. Irei proceder à desconstrução, ponto por ponto, da narrativa da Revolução dos Cravos e das FP-25 e deixarei a cargo do leitor que retire as suas próprias conclusões.

A Revolução dos Cravos é o acontecimento que marca o fim do regime de Marcello Caetano. Acontece a 25 de abril de 1974 pelas mãos do MFA. Vamos entender as razões por detrás deste acontecimento. A 13 de Julho de 1973, Sá Viana Rebelo aprova o Decreto-lei 353/73. Este decreto histórico procurava fazer face à escassez de capitães dos quadros permanentes. Tratava-se de um simples decreto-lei que permitia aos oficiais contratados pelo Exército, para complementar o quadro de oficiais profissionais, aceder ao quadro permanente mediante um curso intensivo na Academia Militar. O governo não contava que isto seria a assinatura da sua declaração de óbito. Os militares de carreira viram-se ultrapassados pelos milicianos, a chamada “tropa macaca”, que mais não eram do que cidadãos comuns veteranos do Ultramar. Assim, estalou um sentimento de revolta dentro dos oficiais do exército, que se oficializa a 17 de julho no primeiro ato de contestação do movimento dos capitães. Foi de motivos fúteis que nasceu o 25 de abril, que de revolta pouco tem, antes apenas se possa considerar um golpe de Estado. Muitos anos mais tarde, o próprio Otelo Saraiva de Carvalho vem pronunciar uma declaração que deixaria, se não fosse imediatamente ignorado pela Comunicação Social, o país em alerta: “Se soubesse como o país ia ficar, não fazia o 25 de Abril”.

Falaremos agora das Forças Populares 25 de abril. Trata-se de uma organização terrorista de extrema-esquerda que, entre 1980 e 1987, espalhou o terror em Portugal, provocando 17 mortes, muitos feridos, assaltos à mão armada, perseguições, raptos e uso de engenhos explosivos. Nasce a 28 de Março de 1980, aquando da criação do partido FUP, Força de Unidade Popular, cujo fundador foi Otelo Saraiva de Carvalho. Este partido dava uso aos privilégios dos partidos políticos para financiar a sua outra organização, a FP-25. Esta organização de criminosos incluiu vários elementos conhecidos do povo português: Camilo Mortágua, pai de Joana e Mariana Mortágua, Isabel do Carmo, Carlos Antunes e entres outros que não se pode afirmar o seu envolvimento. A FP-25 acabou por ser um dos piores casos de justiça em Portugal. A 1 de Março de 1996, é aprovado pelo PS e pelo PCP a amnistia aos condenados das Forças Populares 25 de Abril a pedido expresso e com o seu promulgamento de Mário Soares, na altura Presidente da República.

De um lado herói, ainda que com razões puramente egoístas, por outro demónio, a cuja ação se imputam, entre 17 mortos, a de um bebé, Nuno, de quatro meses e a de Gaspar Castelo Branco. Assim como se deve elogiar as benfeitorias, não se pode passar panos sobre o mal. Justiça seja feita.

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