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Vila Nova de Famalicão
Quinta-feira, 2 Maio 2024

O “tsunami” que arrasou a banca na vila de Ribeirão

Ribeirão está a ser alvo de um “tsunami”, com epicentro na principal artéria da vila, a Avenida 3 de Julho, que, ficando vazia de serviços bancários, confere um duro golpe na qualidade de vida dos ribeirenses. Faço votos para que este “tsunami” passe rapidamente e não arraste consigo outros serviços fundamentais…

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Em Ribeirão, uma das vilas do concelho de Vila Nova de Famalicão, assistimos nos últimos 2 meses, em 9 de pandemia, ao desaparecimento de 3 balcões de agências bancárias, sabendo-se, já, que o 4º balcão e último dos existentes na freguesia encerra neste mês de novembro.

Como se estivéssemos perante um “tsunami”, cerca de 10.000 pessoas ficam sem serviços bancários numa ação reveladora de uma lamentável falta de humanismo e consideração pelos clientes, pelo tecido empresarial de um dos polos económicos mais dinâmicos da região, e, sobretudo, pela população mais envelhecida.

Um “tsunami” com epicentro na principal artéria de Ribeirão, em plena Avenida 3 de Julho, que, ficando vazia de serviços bancários, confere um duro golpe na qualidade de vida dos ribeirenses.

Saberão os ribeirenses que não é de agora o processo de reestruturação dos bancos. Nos últimos 5 anos estima-se que tenha havido uma redução de mais de 5000 funcionários no setor e que hoje se mantém essa saga por força do impacto da pandemia.

Facto que obrigou os bancos a acelerar a readaptação dos serviços, até então prestados ao balcão, para a oferta digital, reduzindo dessa forma a necessidade de manter as agências físicas.

É um facto que as instituições em questão obedecem a uma gestão privada, legitimadas na sua ação pela autonomia na implantação de políticas quer de expansão, quer de subtração de custos.

Foi recentemente tornado público pelo presidente executivo do Millennium BCP a necessidade de a instituição “ter que adaptar os custos significativos com os funcionários” à realidade da estrutura.

De igual modo, o Novo Banco, através do seu Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários, fez saber que a instituição tem vindo a apresentar propostas de reforma antecipada e de rescisão de contratos de trabalho por mútuo acordo.

O BPI, pela voz do seu presidente executivo, fez saber que “não tem, em cima da mesa, nenhum plano de redução acentuada de trabalhadores”, mas assume que a redução de funcionários é algo que será feito naturalmente para adaptar a estrutura comercial às necessidades do mercado, apesar de considerar que a procura por serviços bancários, em termos físicos, diminuiu significativamente durante este período.

Por último, o Santander, que durante o encerramento dos 3 balcões mencionados anteriormente em Ribeirão, alimentou a expectativa de que se manteria em funções e ao serviço dos ribeirenses, também já tinha tornado pública a intenção de manter a estratégia de redimensionamento dos seus balcões em Portugal e, consequentemente, também proceder ao fecho do balcão de Ribeirão.

Não se pode assistir ao empobrecimento de Ribeirão sem uma posição que, no mínimo, não seja exigente. Perante este retrocesso, não seria de esperar outra coisa que não fosse uma atitude forte, firme e capaz de captar investimento de outras entidades bancárias para Ribeirão, num esforço conjunto empreendido pelos nossos representantes políticos, partidos políticos e comunidade.

Certamente que os ribeirenses conseguirão enquadrar este “tsunami” local no retrato da realidade da banca portuguesa, que tenta justificar esta ação alegando as limitações legais à cobrança de comissões que ajudariam a suportar os custos com os funcionários e com os respetivos balcões, à digitalização dos serviços bancários substituindo o atendimento físico e ao impacto provocado pela pandemia da Covid-19.

Contudo o reconhecimento da causa não legitima o seu efeito. Pelo menos, desta forma.

Até ao momento não foi explicado aos ribeirenses a forma como tudo se processou, nem por parte da banca nem por parte das entidades políticas que nos representam.

Dado o transtorno e o impacto negativo que estes encerramentos provocam no quotidiano das empresas e das famílias, é no mínimo exigível ver respondidas algumas questões:

– Foi permitido à Junta de Freguesia de Ribeirão e à Câmara Municipal de Famalicão a oportunidade de tentar negociar e rebater estes procedimentos com a devida antecedência?

– Aquando do conhecimento da intenção do encerramento dos balcões em Ribeirão, o Sr. Presidente da Junta, Adelino Oliveira, o sr. vereador Leonel Rocha e outras forças que considerem relevantes, encetaram esforços para exercerem alguma influência política e tentarem reverter a situação?

– Foram apresentados os critérios objetivos e irreversíveis que levaram os bancos a esta tomada de decisão com os balcões em Ribeirão?

– Terá havido alguma alteração aos critérios que levaram essas instituições a querer investir em Ribeirão, nomeadamente quanto ao posicionamento geográfico, atividade empresarial, acessibilidades, pujança social, dinâmica associativa e capacidade empreendedora?

Sem estas questões respondidas é legítima a desconfiança sobre o sucedido, é legítima a indignação social, é legítimo o sentimento de que as pessoas foram desconsideradas.

A vila de Ribeirão assume uma posição relevante no crescimento e desenvolvimento do concelho. E Famalicão assume um posicionamento relevante e reconhecido no distrito de Braga e em Portugal.

Não se pode assistir ao empobrecimento de Ribeirão sem uma posição que, no mínimo, não seja exigente.

Perante este retrocesso, não seria de esperar outra coisa que não fosse uma atitude forte, firme e capaz de captar investimento de outras entidades bancárias para Ribeirão, num esforço conjunto empreendido pelos nossos representantes políticos, partidos políticos e comunidade.

Neste sentido e como ribeirense termino com uma sugestão: porque não fazer uma campanha de sensibilização junto da população, no sentido de eventualmente deixarem outros bancos para reforçarem algum banco que esteja disponível para investir em Ribeirão?

Faço votos para que este “tsunami” passe rapidamente e não arraste consigo outros serviços fundamentais…

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