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Sábado, 4 Maio 2024

E agora, para onde caminhamos?

O mundo está doente... Decepam-se vidas, como se fizeram nos jardins do concelho. Arranjos urbanísticos, novos espaços de lazer. Ao Homem cortam-se as asas. Criam-se barreiras de acrílico, janelas que não se abrem, abraços que gritam na surdina incapazes de silenciar as lágrimas nas prisões domésticas. Confinamos os filhos, os pais, os avós. Dentro de quatro paredes ninguém ouve o som das lágrimas de quem padece solitário numa masmorra fria e húmida.

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Elvira Maria Costa
Estudou Ciências Sociais, adora psicologia e escreveu um livro de poesia. Ainda não desistiu da ciência da felicidade e procura palavras ainda por inventar.

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O mundo está doente…

Decepam-se vidas

Como se fizeram nos jardins do concelho.

Arranjos urbanísticos

Novos espaços de lazer.

Ao Homem cortam-se as asas.

Criam-se barreiras de acrílico, janelas que não se abrem, abraços que gritam na surdina incapazes de silenciar as lágrimas nas prisões domésticas.

Confinamos os filhos, os pais, os avós.

Dentro de quatro paredes ninguém ouve o som das lágrimas de quem padece solitário numa masmorra fria e húmida.

Liberalizamos o aborto e a eutanásia.

Criminalizamos o abandono dos animais.

Estamos preocupados em salvar o Natal dos mil e um presentes, frio, hipócrita de quem nunca se preocupa ou preocupou.

O importante, sim o importante é ter o sapatinho recheado de tudo e de nada.

Já muito pouco aquece a alma, que cega nada vê de útil.

A mesa está farta.

Crianças gritam pelo pai natal, e escrevem cartas sem saber se o sapatinho tem presentes do pai natal inventado pela coca cola ou do menino Jesus.

Estas apenas se limitam a pedir, pedir, pedir…

Os pais de consciência pesada ou mais leve compram como se comprassem o amor, e fazem os filhos acreditarem que o natal se limita a presentes com laços janotas.

No mesmo dia percebem que rapidamente os presentes estão esquecidos no canto da sala.

Salas vazias por quem tornou a casa inabitável aos avós que se acriançaram com a velhice.

Hoje num mundo despido onde tudo termina num ápice, terminamos com as brincadeiras das crianças e dos avós que já não partem pinhões na pedra da lareira.

Exigimos a esses que cada dia crescem como árvores sem raízes se tornem autónomos mesmo no nosso colo, gritando por atenção, independentes nos seus quartos onde o amor não é ensinado e as atividades se amontoam como uma pilha de roupa suja.

Não se pede desculpa ou se pronúncia “Amo-te, ou, gosto tanto de ti” o importante é assinalar um dia no ano como se fosse um dos mais importante com presentes bacocos e 365 dias vazios e desprovidos de calor humano. Edificamos uma casa sem alicerces numa arquitetura tão moderna que não se projeta mais o telhado, a casa deixou de ter cobertura.

E assim vamos destruindo os jardins colocando calçada no lugar das tulipas, deixando cair as casas, aprisionando os Homens, adoecendo a alma, mais do que isto é importante estarmos conectados ao mundo através da rede gigante que nos liga ao desconhecido.

Caminhando no vazio sem conhecer a fé, o amor, o colo, o calor…

Assistimos a relações de irmãos que nos levam a tempos bíblicos de Abel e Caim, perdemos o conceito de parentalidade.

Construímos, reconstruídos, abandonamos, descartamos o que já perdeu a utilidade depois de se lhe ter sugado a energia, a vida o amor próprio.

Para onde caminhamos?

Mesmo sem saber e atordoados todos dizemos que caminhamos em busca da felicidade sem nos apercebermos que ela é feita de pequenos momentos e tão abstrata, tão difícil de descrever e muitas vezes retratada através de um olhar rasgado que sorri quando abraçado.

Não percebemos, não queremos aprender e achamos que tudo sabemos sem nada saber.

O sol nasce todos os dias e aquece até os mais distraídos, germina as sementes esquecidas no solo já abandonado.

O rio esse rio que é vida de água doce que cheira a canela do natal leva água que não passa duas vezes no mesmo leito.

E agora, para onde caminhamos?

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Elvira Maria Costa
Estudou Ciências Sociais, adora psicologia e escreveu um livro de poesia. Ainda não desistiu da ciência da felicidade e procura palavras ainda por inventar.
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