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Sexta-feira, 26 Abril 2024
José Carlos Fernandes Pereira
É formado em Direito, administrador hospitalar e fundador da Associação de Antigos Alunos do Externato Delfim Ferreira, de Riba de Ave. Escreve a coluna “Causas e Efeitos” no dia 6 de cada mês.

Eliminar a hepatite até 2030!

O Programa Nacional para as Hepatites Virais tem vindo a afetar recursos à prevenção, rastreio, diagnóstico e tratamento, enquanto mecanismos essenciais para a eliminação até 2030 das hepatites como problema de saúde pública.

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José Carlos Fernandes Pereira
É formado em Direito, administrador hospitalar e fundador da Associação de Antigos Alunos do Externato Delfim Ferreira, de Riba de Ave. Escreve a coluna “Causas e Efeitos” no dia 6 de cada mês.

Famalicão

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No passado dia 28 de julho assinalou-se o Dia Mundial de Combate à Hepatite. Este dia é comemorado todos os anos, com o objetivo de informar e gerar consciência global para a prevenção e tratamento das hepatites víricas.

O tema para este ano, “A hepatite não pode esperar”, pretende reforçar a urgência de promover os esforços necessários em vista a eliminar a doença até ao fim da década.

A hepatite é uma doença que provoca inflamação do fígado, que pode desaparecer espontaneamente ou progredir para fibrose, cirrose ou cancro. Existem cinco tipos de hepatite, sendo a B, C e D os que representam maior probabilidade de se tornarem crónicos.

Esta doença afeta 325 milhões de pessoas em todo o mundo, causando 1,4 milhões de mortes por ano.

Na 69.ª Assembleia Mundial da Saúde da Organização Mundial da Saúde (2016), 194 Governos adotaram a Estratégia Global da Hepatite Viral, lançando-se o primeiro movimento global em vista à eliminação das hepatites B e C até 2030.

Em Portugal cerca de 40 mil pessoas sofrem de hepatite.

O Programa Nacional para as Hepatites Virais, criado em 2016 no âmbito dos programas prioritários da DGS, tem vindo a afetar recursos à prevenção, rastreio, diagnóstico e tratamento, enquanto mecanismos essenciais para a eliminação até 2030 das hepatites como problema de saúde pública.

São prioridades de intervenção do programa: (i) a promoção da vacinação contra a hepatite B; (ii) distribuição gratuita de preservativos; (iii) distribuição do kit de seringas (para consumo seguro de drogas injetáveis); (iv) manutenção e reforço do investimento em programas de rastreio e diagnóstico e referenciação para cuidados de saúde; e (v) tratamento de todas as pessoas infetadas com hepatite C, com especial enfoque na população reclusa.

A Sociedade Portuguesa de Gastrenterologia (SPG) vem apostando na importância do diagnóstico precoce e tratamento das doenças do fígado: “Uma pandemia esquecida”, nas palavras do seu presidente, que acredita ser possível e desejável eliminar a doença em Portugal através da adoção de um plano estratégico nacional.

No início de julho a SPG lançara a campanha “Faça análises antes que o seu fígado dê que falar” (vídeo disponível no youtube), alertando a população para a realização regular de análises ao fígado, de modo a promover o diagnóstico precoce de doenças (como a hepatite crónica, a cirrose e o cancro do fígado) e respetivos tratamentos.

No âmbito da Semana Europeia do Teste de Primavera 2021, organizada em maio pela plataforma europeia EuroTest, confrontados com o decréscimo mundial no número de testes realizados (devido à pandemia de COVID-19), a DGS reforçou o apelo para a realização dos testes (gratuitos e confidenciais) à infeção por VIH, hepatites virais e infeções sexualmente transmissíveis.

HEPATITE B E C

De realçar uma redução do número de novos casos de hepatite B, graças à vacinação, com uma eficácia superior a 95%, ou a celebração de protocolos entre o SNS e a Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais, que permitem que reclusos de 90% dos estabelecimentos beneficiem, em contexto prisional, da prestação de cuidados por especialistas em infeciologia, gastrenterologia, hepatologia e medicina interna.

Perante o aparecimento de medicamentos verdadeiramente inovadores e disruptivos, em fevereiro de 2015, o Ministério da Saúde passou a comparticipar a 100% os medicamentos Sovaldi e Harvoni, iniciando uma nova estratégia nacional para o tratamento da hepatite C, assente num modelo de financiamento vertical e numa política de acesso universal, passando a garantir o tratamento a todos os doentes no SNS. Este programa resultou numa alteração sem precedentes na esperança e qualidade de vida dos doentes com hepatite C.

O vírus da hepatite C foi, nas palavras do gastrenterologista Rui Tato Marinho (diretor do Programa Nacional para as Hepatites Virais), “o primeiro vírus crónico com risco de cancro que o homem conseguiu eliminar para sempre e sem efeitos secundários”.

Até então, os tratamentos existentes apenas asseguravam uma taxa de cura de 6%, além de dolorosos e com inúmeros efeitos secundários.

Desde 2015 até ao dia 29 de janeiro de 2021 foram autorizados em Portugal, 28.279 tratamentos para a hepatite C e iniciados 27.038. A taxa de cura mantém-se nos 97%, com 16.789 doentes curados e 596 não curados. Um verdadeiro milagre da ciência.

A associação SOS Hepatites, no seu congresso de 2019, considerou que “o processo de tratamento e cura dos doentes infetados com hepatite C iniciou bem”, mas alertou para a necessidade de uma atitude mais proativa do Ministério da Saúde, designadamente em “chegar às populações vulneráveis que carregam o problema e de as rastrear”.

A atribuição do Prémio Nobel da Medicina de 2020 recaiu sobre a descoberta, em 1989, do vírus da hepatite C.

Nota pessoal – Homenageio, nesta oportunidade, a Dra. Emília Rodrigues, fundadora e presidente da direção da SOS Hepatites, falecida em 17 de janeiro. A ela Portugal deve o seu dedicado empenho e persistência para que todos os doentes com hepatite C conseguissem ter acesso ao tratamento.

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