Ser escuteiro não é uma ocupação dos tempos livres, muito menos em certos momentos. O nosso dever e obrigação é deixar este mundo um pouco melhor do que o encontramos.
Em tempos de pandemia, somos chamados a fazer escutismo dentro das nossas casas, mas também a sermos proativos na ajuda aqueles que nos são mais próximos.
O Corpo Nacional de Escutas suspendeu, mais uma vez, todas as suas atividades presenciais, e como muitas associações espalhadas pelo país, somos chamados a cumprir o confinamento como todas as pessoas. Muitos agrupamentos suspenderam as suas iniciativas, estando neste momento a viver um dos piores anos da sua atividade.
Mais é precisamente aqui, que o escutismo faz a diferença, ao colocarmo-nos como intermediários entre os cidadãos e as instituições públicas. Esta pandemia agravou a situação de pessoas com necessidades e com muitos problemas, onde é necessário encontrar uma resposta para ajudar quem mais precisa. Esta ponte com as instituições públicas pode ser a chave para quem está a passar necessidades.
Somos convocados a servir e a afilar-nos com aqueles que mais precisam. Este é o tempo da responsabilidade, da disponibilidade e do verdadeiro serviço ao próximo. O escutismo não para, muito antes pelo contrário. Somos chamados a ser construtores de um verdadeiro serviço à comunidade, ligados ao voluntariado e ao exemplo.
Os efeitos da pandemia são conhecidos, avaliados e pensados.
Não nos resta muito tempo para pensarmos em outras coisas, quando são postos em causa os nossos planos e projetos. Isto acontece na nossa vida pessoal, profissional, mas também nas diversas associações que constituem uma das maiores riquezas da nossa comunidade: O tecido associativo.
Muitos dos dirigentes associativos foram confrontados com a realidade do distanciamento físico, das dificuldades com as máscaras, e claro que isso afetou toda a nossa dinâmica, principalmente numa associação como o CNE, que é caracterizado pelas atividades ao ar livre, pelos jogos em patrulha, pelas amizades duradouras e pelos abraços e canhotas entre os escuteiros.
O medo apoderou-se da humidade, e este é um dos maiores exemplos que o escutismo transmite para a sociedade: O escuteiro não tem medo! As atividades pararam, mas a escola de valores e de cidadania não. Neste momento, um escuteiro deve exercer o seu dever: “estar em serviço, não se fechar em si e nas redes, mas partir ao encontro daqueles que mais precisam”.
É agora que devemos pôr em prática tudo aquilo que aprendemos ao longo de anos no escutismo: a viver alegres como os lobitos, explorando o desconhecido como os explorados, a construir soluções como os pioneiros e a servir o próximo como os caminheiros.
O escutismo não para nem se suspende. Transforma-se e molda-se às circunstâncias, continuando a ser o nó direito de Baden-Powell e de Cristo.
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