No Cravo
Foi inaugurada, no passado dia 28 de Julho, a nova Loja do Cidadão. Altamente meritória no seu propósito, esta foi uma tentativa de centralizar serviços, até então dispersos pela cidade, num só espaço – tratando-se de uma das maiores Lojas do Cidadão em Portugal, com uma área de 3 mil m2.
Visou-se assim oferecer um incremento à comodidade (e à eficiência) com que os famalicenses interagiam com os respetivos serviços públicos do concelho. Infelizmente, aparentes falhas no planeamento estratégico do projeto comprometeram os louváveis fins almejados.
À parte dos quase 2 milhões de euros investidos num espaço que é arrendado[1], a zona em que o edifício (do antigo centro comercial Inô) se insere está altamente sobrecarregada pela vitalidade do movimento adjacente aos correios, escritórios, lojas e outras instituições aí localizadas, sendo o estacionamento altamente escasso e a circulação fatidicamente demorada.
Numa zona com tais características – que persistem desde há décadas – construir aí a nova Loja do Cidadão só poderia fazer sentido se houvesse lugar à edificação de um novo estacionamento, eventualmente subterrâneo, que colmatasse as carências por demais evidentes. Tal (também) não foi feito.
Hoje, a realidade da insatisfação popular é cada vez mais difícil de esconder, com os próprios meios de comunicação social nacionais a colocarem a nova Loja do Cidadão de Famalicão, em destaque, pelos piores motivos. Já ao dia 11 do presente mês, o Jornal de Notícias relatava situações de desespero por parte dos munícipes que continuavam à espera de ser atendidos, após horas a fio a aguardar por respostas.
Na Ferradura
Numa cidade com feridas abertas pela renovação urbana em vigor – incluindo as do Parque da Cidade (até ver, com um licenciamento que evidencia vários problemas – desde a propriedade do terreno, às características da obra per si), rejubilámos ao saber que as grandes produtoras além-fronteiras continuam a ver em Famalicão um porto seguro para os seus investimentos mais sólidos.
Que o diga a Comfysocks, que deslocou a sua produção da Lituânia para o nosso concelho, trazendo consigo um investimento no valor de 2,2 milhões de euros. Segundo os responsáveis da empresa, a abundância de capital humano válido registada em Famalicão terá sido um dos motivos impulsionadores da decisão.
Esta notícia exalta os operários famalicenses, cujo trabalho fabril continua a ser reconhecido lá fora, mas também o executivo municipal, que soube gerar (e regenerar) a cultura e a história que liga Famalicão às indústrias tradicionais – onde o têxtil se insere.
Este mês foi ainda anunciada a vontade da Câmara Municipal em criar colónias para gatos vadios por todo o concelho, seguindo assim o bom exemplo da existente Colónia da Praça Madalena Fonseca. Nesta senda, foram esterilizados 135 gatos desde 2020 e, em 2021 foram já esterilizados 107 gatos (no geral) e 30 gatos (em ambiente de colónia). Ótimas notícias, tanto para a consciência socio-ambiental, como para a saúde pública de Famalicão.
Também o nosso orgulho eclético “além-concelho” foi reforçado, com a incrível vitória do ciclista famalicense Daniel Freitas na quinta etapa da Volta a Portugal – vitória histórica para a equipa do atleta, a equipa de ciclismo do Boavista F.C. (em parceria com a Rádio-Popular), que, 15 anos depois, volta a conquistar a camisola amarela. Infelizmente, a sua equipa teve de se retirar da prova, por triste infortúnio ligado à Covid-19, e que afetou pelo menos três dos seus atletas.
Finalmente, deixo um aplauso sentido à ansiada decisão e construção do Complexo Municipal de Ténis de Famalicão – que, mesmo em tempos de pandemia, foi fulcral para que o número de atletas inscritos no Ténis Clube de Famalicão triplicasse (!).
_______________________________________
[1] A obra foi adjudicada por 1.835.718,26 euros, em Março de 2020 e, em Julho, foi aprovada uma adenda ao contrato no valor de 202.426,60 euros, a título de trabalhos complementares (+ IVA).
Comentários