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Vila Nova de Famalicão
Domingo, 19 Maio 2024
Elvira Maria Costa
Estudou Ciências Sociais, adora psicologia e escreveu um livro de poesia. Ainda não desistiu da ciência da felicidade e procura palavras ainda por inventar.

O Natal dos velhos!

O Natal já não é o que era. Já não se junta toda a família. Basta ver que muitos preferem até passear o cão em vez de passear o velho ou o filho.

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Elvira Maria Costa
Estudou Ciências Sociais, adora psicologia e escreveu um livro de poesia. Ainda não desistiu da ciência da felicidade e procura palavras ainda por inventar.

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O velho Natal que se perdeu, perdeu-se o espírito natalício, o significado de lar, de família, o valor do ancião…

Vivemos numa sociedade moderna onde a independência e autonomia começa no próprio berço.

Hoje temos novos e velhos filhos e filhos assim assim e outros piores do que madrastas das histórias de encantar onde os velhos são maçãs envenenadas.

Muitos ou alguns ou até nenhuns filhos tentam passar a vez de estar com seus pais porque os substituíram pela nova família onde o velho porque é ranhoso e com mau feitio não tem lugar, come de boca aberta, manda umas indiretas porque muitas vezes tem mágoas em si que falam mais alto.

O Natal já não é o que era. Já não se junta toda a família.

O Pedro não pode ter este ano os pais porque está com os sogros, mora longe, os velhos são complicados, os irmãos estão afastados e agastados e tem outra família.

Tudo muito enjoado e em fase de divórcio familiar sem juiz a mediar.
Quis substituir a raiz sem perceber que a raiz não se substitui.

É engraçada a correlação com a história bíblica onde Pedro nega Jesus.

Assistimos a tantos Pedros que negam e renegam as raízes.

O João vai à casa da tia da mulher, porra é todos os anos mais do mesmo ele também não se consegue juntar com a raiz.

Já Lucas foi convidado por uns amigos e os velhos são implicativos.

Tem velhos que passam os dias à espera da visita dos Pedros, das Madalenas, dos Zés, das Marias, das Joanas, das Elviras, dos Maneis e dos Joaquins.

Já nada é como era.

Num mundo global o normal passou a anormal.

Trabalhasse a desvinculação.

Vamos olhar o presépio, o velho presépio!

Até ele mudou…

Temos ursos polares gigantes…

Renas espampanantes…

Bobos da corte…

Bandas de música…

E até carroceis e pistas de comboios.

O musgo do presépio foi substituído por uma espuma qualquer de poliester, o sapatinho já não é colocado na chaminé, o menino Jesus esse continua nu com Maria e José a seu lado…

Os reis magos ainda demoram a chegar…

Os presentes esses são quase todos sem interesse ou bastante caros e com pouca serventia.

Tecnologia de ponta…

Casacos de penas…

Relógios sem ponteiros…

Brinquedos monótonos…

Jóias de lata ou ouro e prata…

A mirra é escassa…

O incenso comum…

No velho degrau da cancela a velha mãe amarga espera a visita.

Nas instituições depois de institucionalizados pelos filhos ou por eles próprios só porque não querem dar trabalho esperam, esperam e esperam por um abraço, por uma palavra de afeto, por um gosto de ti e sinto tanto a tua falta que te queria ao pé de mim.

Alguns esperam sem consciência do tempo, sem resposta, sem visitas, sem o tal abraço.

Outros lá o tem porque os filhos se penitenciam com visitas no meio da sua vida tão atarefada e complicada num tempo sem ponteiros num relógio só deles.

Estamos doentes ou somos doentes quando não amamos ou não somos amados.

Pai!!!!

Mãe!!!

Outros lá continuam de onde nunca saíram…

Na janela o pai espera os faróis do carro do Miguel…, telefonou à última hora esteve com a Miquinhas e ela está enferma da nova peste aviária onde caem as penas mas o bico continua a picar, não vá o diabo tecê-las e ele apega a maleita ao velhote…

Mas ainda existem alguns velhos com sorte e amados…

Alguns desejados no seio da sua família no meio de seus filhos e netos…

Mas afinal quem somos?

Para onde caminhamos?

Será que não vamos também ser pais e mães velhos?

Ou não…

Mas afinal…

Mas o que é afinal o Natal?

A celebração do nascimento de Jesus, a festa da família, que deveria de estar em festa e próxima todos os dias ou não só mesmo no Natal, enterros e casamentos.

Mas ainda existem famílias como antigamente em que a companhia dos velhos é uma benção e ele faz parte da casa dos filhos e da história dos netos, não é um farrapo qualquer atirado para o quinteiro ou para trás da porta.

Vamos cada um refletir nos exemplos que temos ao nosso lado…

Sabem uma coisa?

Os filhos que cuidam dos pais por amor são verdadeiros salva-vidas. Salvam da solidão, da exclusão, do abandono, do esquecimento, da indigência moral e emocional em que vivem muitos velhos.

São verdadeiros heróis nesta sociedade global onde se cultiva a independência absoluta de tudo que nos ocupe ou nos dê algum trabalho.

Basta ver que muitos preferem até passear o cão em vez de passear o velho ou o filho…

Está tudo de pernas para o ar ou até não…

Que a estrela de Belém aqueça os corações mais frios e os encha de amor, fraternidade, compaixão, humildade, respeito e amizade.

Afinal Natal é quando nós quisermos.

Feliz Natal!

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