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Vila Nova de Famalicão
Terça-feira, 7 Maio 2024
Francisca Sequeira
Tem 22 anos, é licenciada em Línguas e Literaturas Europeias e está no último ano do Mestrado em Comunicação, Arte e Cultura na Universidade do Minho. Autodidata em dois instrumentos musicais, tem na música e no design as suas maiores paixões, e acredita que o igual acesso às artes e à cultura é uma das bases de uma sociedade evoluída.

Dino D’Todos Nós: Nem todo tuga é luso

A união do crioulo e da língua portuguesa numa corrente de amor e de luta.

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Francisca Sequeira
Tem 22 anos, é licenciada em Línguas e Literaturas Europeias e está no último ano do Mestrado em Comunicação, Arte e Cultura na Universidade do Minho. Autodidata em dois instrumentos musicais, tem na música e no design as suas maiores paixões, e acredita que o igual acesso às artes e à cultura é uma das bases de uma sociedade evoluída.

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Num século XXI onde se respira aqui e ali música sem conteúdo, composições de versos cantadas sem qualquer intenção e produções embelezadas propositadamente para serem consumidas pelo comum cidadão, eis que nos surge Dino D’ Santiago. Nascido no Algarve e com ascendência cabo-verdiana, traz consigo uma (diferente mas igual) luta como a de muitos outros que nos honraram no passado, os quais traríamos de volta se nos fosse possível.

Dizia Nina Simone que um artista é aquele que é o reflexo do seu tempo, e tal afirmação não nos faz senão recordar Zeca, que num Portugal mergulhado nos ideais do Salazarismo, soube ser luz ao fundo de um túnel muito longínquo através das suas músicas de intervenção social e política. Músicas essas que quando escutadas atualmente ainda carregam a importância histórica e sociológica para os dias de hoje.

Hoje é a vez de Dino ser Zeca, José Carlos Schwarz e Teta Lando. É a vez do miúdo que saiu do Bairro do Pescador navegar num mar muito maior que aquele que conhecia, um mar que é uma batalha sua e de muitos outros, onde é constantemente confrontado com ventos que tentam que o seu barco não chegue a bom porto.

Dino é militante de uma luta que devia ser de todos, sem a intenção de romantizar os problemas reais, abordando-os de forma clara, apaixonada e sobretudo com conhecimento de causa. Aborda nos seus versos questões como o racismo, a desigualdade social e a igualdade de direitos, misturando o português de Portugal com o crioulo, afirmando-se como um dos artistas mais ouvidos nos dias de hoje e como um persistente ativista, que pretende, junto com muitos outros, oferecer uma nova portugalidade, mais honesta e transversal, para com a representatividade cultural. Atravessando a sociedade de alto a baixo, funciona como uma barreira que tenta impedir avanços xenófobos e racistas, que a determinada altura pareciam avançar a passos largos para tomar parte da sociedade portuguesa.

Mais do que música, Dino D’Santiago é um movimento cultural, que se serve de todos os seus recursos para se fazer ouvir. Desde as mensagens que transmite em letras como “Nova Lisboa”, “Mundo Nobu”, “Como Seria” e “Esquinas”, à estampagem em várias peças de roupa de frases de resistência e de apelo à mudança, entre elas “Nossos Corpos Também São Pátria.”, que permite às novas gerações reivindicarem a sua herança africana.

Não é uma questão de moda, e muito menos é um sonho. O caminho é longo, mas a causa é nobre, e pouco a pouco vai conquistando pequenas vitórias numa batalha secular. Enquanto houver Dinos, há esperança.

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Tem 22 anos, é licenciada em Línguas e Literaturas Europeias e está no último ano do Mestrado em Comunicação, Arte e Cultura na Universidade do Minho. Autodidata em dois instrumentos musicais, tem na música e no design as suas maiores paixões, e acredita que o igual acesso às artes e à cultura é uma das bases de uma sociedade evoluída.
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