É ao lado de uma das suas obras mais icónicas, os painéis de azulejos que revestem a Fundação Cupertino de Miranda, em Vila Nova de Famalicão, que João Charters de Almeida se prepara para instalar a sua próxima criação, a última que realizará no espaço público.
A novidade foi avançada esta segunda-feira, 2 de outubro, pelo presidente da Câmara Municipal, Mário Passos, que aproveitou a presença do escultor em Famalicão nas comemorações do 60.º aniversário da Fundação Cupertino de Miranda para anunciar a nova obra de arte de Charters de Almeida no concelho.
Chama-se “Jardim Suspenso” a obra construída em aço corten e com 5 metros de altura, que ficará instalada na Praça D. Maria II, a sul do edifício da Fundação.
Na apresentação da peça, Charters de Almeida, explica que “as sombras projetadas pela escultura são flores enquanto a luz as desenhar” e que este “Jardim Suspenso” “será sempre um sinal de esperança”, apontando a arte como a resposta para as angústias da humanidade.
Segundo Charters de Almeida esta será a sua última intervenção no espaço público. “Desde 1968 que me sinto ligado a Vila Nova de Famalicão. O tempo não nos afastou. Pelo Contrário. As memórias foram sempre sentidas e cultivadas. O tempo foi passando e as memórias do princípio da minha vida profissional relembraram-me, uma vez mais, que tudo tem um fim”.
Refira-se que além dos painéis de azulejo que revestem a Fundação Cupertino de Miranda, Charters de Almeida tem outra obra instalada no concelho de Famalicão. Trata-se de uma obra de arte que o artista julgava desaparecida e que ficou emocionado ao reencontrá-la, quando visitou o concelho em novembro do ano passado. A escultura embeleza jardins da fábrica de calçado ACO, do ex-autarca Armindo Costa. [ver aqui Charters de Almeida reencontra obra de arte em Famalicão e fica emocionado com surpresa de Armindo Costa]
João Charters de Almeida nasceu em Lisboa, a 12 de julho de 1935, está representado em museus, fundações e coleções particulares em Portugal e noutros países da Europa, nos Estados Unidos da América, Brasil, Canadá e Japão. Tem trabalhos de grande escala em espaços públicos em Portugal, Bélgica, USA, Canadá e China. Entre eles estão os quatro painéis de azulejos que revestem o exterior da Fundação Cupertino de Miranda. O seu edifício foi inaugurado a 8 de dezembro de 1972. Atualmente acolhe o Centro Português do Surrealismo inaugurado a 1 de junho de 2018.
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