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Sexta-feira, 26 Abril 2024

Os jovens e a injustiça dos estágios não remunerados

Se o objetivo é capacitar cada vez mais os jovens para conseguirem elevar o nosso país, tanto a nível económico, como a nível social, é necessário que haja uma aposta verdadeira por parte das empresas.

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Mariana Dewasmes
Tem 19 anos, é aluna de Gestão na Universidade do Minho e apaixonada por maquilhagem, música e pela ideia de que este mundo possa vir a ser melhor.

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Vamos falar de estágios não remunerados. Eu sei que este assunto parece quase que caído do céu. Todavia, a verdade é que é mais uma situação que, atualmente, ainda é vista como normal e que afeta muitos jovens, no que diz respeito à sua entrada no mercado de trabalho e às oportunidades que, mediante isso, lhes são alcançáveis.

Afeta um número de famílias que não imaginamos. Mais do que isso, afeta o país como um todo, uma vez que, como ouço frequentemente dizer, “os jovens são o futuro, os líderes do amanhã”.

Neste sentido, parece-me pertinente usar as minhas palavras, como jovem que sou, para comunicar e esclarecer o porquê desta situação ser tão prejudicial para a sociedade, na esperança que possamos todos trabalhar para combatê-la.

Atualmente, a entrada no mercado de trabalho não depende só da conclusão dos diversos ciclos de estudo, uma vez que concluir a licenciatura por si só já não basta, na grande maioria das vezes. Além disso, quase que também exige experiência profissional no currículo dos jovens, o que parece algo contraditório, if we’re all being honest.

Então, como devem imaginar, a única forma de obter essa tal experiência profissional é através da realização de estágios. E acho que não é novidade para ninguém que a maior parte dos estágios oferecidos por aí são, efetivamente, não remunerados, certo? É aqui que entramos num círculo vicioso e, até mais do que isso, classista, uma vez que perpetua e acentua as presentes desigualdades socioeconómicas.

Como assim? Imaginemos um jovem que tem a felicidade de pertencer à “classe” alta ou média-alta. Em princípio estará inserido num contexto social favorável. Não necessita, portanto, de trabalhar no seu tempo livre para que a família e ele próprio consigam sobreviver. Deste modo, pode perfeitamente despender desse tempo para realizar um estágio não remunerado, se assim o entender.

A experiência profissional passa então a marcar presença no seu currículo, sendo mais provável conseguir ser contratado para um emprego pago na sua área de estudos. Este jovem, desta forma, mantém a sua confortável condição social e económica e da família.

Por outro lado, podemos fazer exatamente o exercício contrário. Imaginemos um jovem que pertença à “classe” média ou média/baixa. O seu contexto social poderá não ser muito favorável, podendo necessitar de despender do seu tempo livre para trabalhar, de forma a ajudar a sustentar a família. É-lhe, assim, impossível realizar estágios não remunerados, uma vez que isso implicaria a família enfrentar ainda mais dificuldades. Sem experiência profissional presente no currículo, torna-se mais difícil de conseguir ser contratado para um emprego na sua área de estudos. Este jovem, deste modo, mantém a sua condição social e económica e da família, necessitando recorrer a empregos indiferenciados para sobreviverem, e assim por diante.

Torna-se, assim, bastante fácil de entender o porquê desta situação ser bastante prejudicial para a sociedade no geral. Se o objetivo é capacitar cada vez mais os jovens para estes conseguirem ultrapassar os desafios que se avizinham, para que possam elevar futuramente o nosso país, tanto a nível económico, como a nível social, é necessário que haja uma aposta verdadeira e honesta por parte das empresas neste sentido, e que essencialmente não ponha os jovens em pé de desigualdade mediante o seu status atual. Está mais que na hora de acabar com esta injustiça e de levar o país para a frente!…

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Mariana Dewasmes
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