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Vila Nova de Famalicão
Terça-feira, 7 Maio 2024
José Carlos Fernandes Pereira
É formado em Direito, administrador hospitalar e fundador da Associação de Antigos Alunos do Externato Delfim Ferreira, de Riba de Ave. Escreve a coluna “Causas e Efeitos” no dia 6 de cada mês.

Covid e não-covid: é hora de virar a página!

Com o desconfinamento em curso, o plano de vacinação a ganhar volume e a imunidade de grupo no horizonte impõe-se virar a página e pôr em curso um novo plano sistematizado e eficaz, dedicado a encontrar na capacidade instalada (pública, privada e social) as respostas articuladas às necessidades assistenciais.

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José Carlos Fernandes Pereira
É formado em Direito, administrador hospitalar e fundador da Associação de Antigos Alunos do Externato Delfim Ferreira, de Riba de Ave. Escreve a coluna “Causas e Efeitos” no dia 6 de cada mês.

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Até ontem registaram-se em Portugal 16.983 óbitos pelo novo coronavírus, dos quais 8.920 são homens e 8.063 mulheres. O grupo etário com maior mortalidade é acima dos 80 anos.

Entre 16 de março de 2020 (notificação do primeiro óbito por covid-19 em Portugal) e 31 de dezembro de 2020 ocorreu um excesso de mortalidade na ordem de 13,6%, dos quais 59% devidos a COVID-19 e 41% devidos a outras causas naturais.

O excesso de mortalidade explicar-se-á pelo menor acesso ou procura de consultas de acompanhamento de doenças crónicas, pela realização de um menor volume de exames complementares ou por uma menor ou mais tardia procura de cuidados de saúde urgentes.

Através dos dados de 2020 (janeiro a dezembro), a Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH) analisou diversas áreas de prestação de cuidados face a 2019.

Concluiu a APAH que nos centros de saúde (cuidados de saúde primários) ocorreu um crescimento global, sustentando pelo elevado crescimento dos contactos médicos não presenciais, mas com uma significativa redução de consultas médicas presenciais ou das consultas ao domicílio. Os contactos de enfermagem registaram uma redução global, não obstante também um significativo aumento dos contactos não presenciais.

Em termos de MCDT (meios complementares de diagnóstico e terapêutica), globalmente, foram realizados em 2020 menos um quarto dos exames e análises.

No âmbito do Programa de Rastreios Oncológicos, foram igualmente observadas reduções no número de mulheres com registo de mamografia, no número de mulheres com colpocitologia atualizada e no número de utentes inscritos com rastreio do cancro do cólon e reto.

Na análise dos cuidados de saúde hospitalares, entre consultas, cirurgias e urgências, houve em 2020 menos 3,4 milhões de contactos comparativamente com 2019, destacando-se uma redução de 11% das consultas externas, de 18% das cirurgias (programadas e urgentes) e 31% de episódios de urgência (diminuição de 30% dos atendimentos emergentes, muito urgente ou urgentes e de 28% nos pouco urgentes ou não urgentes).

A concentração no setor público de uma elevada quantidade de recursos financeiros e humanos na gestão de uma doença desconhecida, particularmente grave devido à sua elevada transmissibilidade, letalidade e necessidade de meios, alterou profundamente a atividade dos hospitais, centros de saúde e seus profissionais, expondo fragilidades de décadas do nosso Serviço Nacional de Saúde, nomeadamente ao nível dos recursos humanos.

Apesar de empiricamente percecionarmos impactos na saúde pública que resultam do cancelamento ou adiamento da resposta, não é ainda possível determinar a dimensão ou os efeitos desse impacto na saúde das pessoas. Certo é que os cancelamentos ou adiamentos limitaram o acesso à prestação de cuidados de saúde ou a meios de diagnóstico.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, com a pandemia, 75% dos países reportou interrupções nas respostas às doenças crónicas não transmissíveis (cancro, diabetes, hipertensão, doenças cardiovasculares, doenças respiratórias crónicas, doenças psiquiátricas), com aumento da morbilidade e da mortalidade.

Este novo coronavírus interagiu com outras doenças e acentuou desigualdades sociais, chamando-nos a atenção para o conceito de sindemia, criado nos anos 90 pelo médico Merrill Singer para descrever a relação entre vários fatores conducentes a resultados adversos em saúde.

O Plano da Saúde para o Outono-Inverno 2020-21, uma estratégia em vista a dar resposta à evolução da pandemia covid-19 e às necessidades de saúde da população noutras áreas, apresentado pelo Ministério da Saúde em setembro de 2020, falhou. Os médicos de família, essenciais para prevenir, diagnosticar, tratar e referenciar para os cuidados hospitalares, continuam sobrecarregados com o acompanhamento direto de doentes covid-19 em ambulatório ou trabalho associado à vacinação, com prejuízo eventual para os seus utentes.

Urge mudar o rumo e encontrar um novo normal.

Com o desconfinamento em curso, o plano de vacinação a ganhar volume (cerca de 3,5 milhões de vacinas administradas) e a imunidade de grupo no horizonte impõe-se virar a página e pôr em curso um novo plano sistematizado e eficaz, dedicado a encontrar na capacidade instalada (pública, privada e social) as respostas articuladas às necessidades assistenciais, diagnosticadas ou ainda por diagnosticar, com particular atenção para as doenças crónicas e a doença mental.

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É formado em Direito, administrador hospitalar e fundador da Associação de Antigos Alunos do Externato Delfim Ferreira, de Riba de Ave. Escreve a coluna “Causas e Efeitos” no dia 6 de cada mês.
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