Neste dia em que celebramos o Natal, provavelmente surge em nós um sentimento de alívio e de conforto por passar esta quadra entre a nossa família e amigos.
Com a chegada desta época natalícia, e apesar da pandemia, percebemos o aumento do movimento nas ruas, lojas e shoppings, com o propósito de comprar os presentes para os nossos familiares e amigos.
O marketing funciona perfeitamente, usando os seus trunfos para anunciar os diversos produtos a oferecer, tais como brinquedos, utensílios domésticos, movéis, artigos decorativos, enfim, uma grande variedade de produtos, onde os lojistas mais criativos se destacam pelos melhores preços e algumas promoções para atrair maior quantidade de clientes, havendo um crescimento considerável na aquisição destes artigos.
O consumismo torna-se imprescindível nesta época, passando para segundo lugar tudo aquilo que o Natal nos oferece. Num ano de pandemia, em que nos foi retirado quase tudo, percebemos agora que esta celebração não pode ser vivida sem estarmos rodeados daqueles que nos amam.
No entanto, a pandemia também nos trouxe algumas lições, e fez-nos sair do conforto da tradição consumista, colocando finalmente a família no centro desta celebração.
No Natal, o importante não devem ser os presentes ou o luxo das festas, mas sim o nascimento de Jesus Cristo, que nos proporciona nesta altura uma oportunidade de agradecermos o dom das nossas vidas e da nossa família.
Porém, na sociedade consumista em que vivemos, vemos que esses princípios andam esquecidos, fazendo com que esta celebração perca o seu verdadeiro sentido: o sentido da união, da paz e do amor.
O que vemos são pessoas preocupadas com a aparência física, os luxos das mesas de consoada, os enfeites, um cardápio tão exagerado que sobram grandes quantidades de alimentos que são colocados no lixo após o dia de festa.
Um exagero total, onde se perde o verdadeiro sentido do Natal, que devia ser utilizado para ser um instrumento de paz, de união e doação entre as pessoas.
São tantas as atividades que poderíamos realizar em família nesta quadra, que certamente iria encher-nos do verdadeiro espírito natalício. Infelizmente, num ano de pandemia, a maior parte destas não pode ser realizada, contudo, pode ficar uma dica para os próximos anos.
Existem iniciativas de angariação de fundos para instituições de caridade, estruturas que aproveitam o desperdício de alimentos, para ajudarem aqueles que passam dificuldades, atividades de ajuda para aqueles que vivem nas ruas, sem lar e sem o mais importante nesta quadra: a família.
Aproveitemos este momento de pandemia para refletirmos no valor da vida e no valor das nossas relações. Que não nos posicionemos junto daqueles que vivem esta época como forma de se mostrarem, sem dar em troca um pouco de si. Porque é dando que se recebe.
O verdadeiro sentido do Natal só pode ser este. Espero que tenham tido um feliz e santo Natal, na presença daqueles que são mais importantes.
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