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Vila Nova de Famalicão
Quinta-feira, 3 Outubro 2024

Património ferroviário abandonado em exposição fotográfica no museu de Lousado

A exposição de fotografia foi inaugurada por Manuel Cabral, presidente da Fundação Museu Nacional Ferroviário, em 28 de outubro último, dia em que se assinalaram 164 anos da primeira viagem de comboio em Portugal (1856-2020). Está patente em Lousado até 31 de dezembro de 2020.

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Famalicão

O Núcleo de Lousado do Museu Nacional Ferroviário, no concelho de Vila Nova de Famalicão, tem parente, até 31 de dezembro, a exposição “Via Estreita”, da autoria de Carlos Cardoso.
A exposição de fotografia leva-nos numa “viagem ferroviária pelas estações de caminho de ferro desativadas na região e pertencentes aos quatro ramais de via estreita da Linha do Douro, incluindo as estações entre o Pocinho e Barca D’Alva”.
As fotografias foram tiradas entre setembro de 2000 e junho de 2002, com o objetivo de observar o traço arquitetónico das estações e o seu aspeto de abandono e degradação exponencial.
A exposição foi inaugurada por Manuel Cabral, presidente da Fundação Museu Nacional Ferroviário, em 28 de outubro último, dia em que se assinalaram 164 anos da primeira viagem de comboio em Portugal (1856-2020).

O evento, que está patente até 31 de dezembro de 2020, resulta de uma parceria entre o Município de Vila Nova de Famalicão, a Fundação Museu Nacional Ferroviário e a Fundação Museu do Douro.
O Núcleo de Lousado do Museu Nacional Ferroviário situa-se na freguesia de Lousado, junto à estação de caminhos-de-ferro, no entroncamento entre a Linha do Minho e a Linha de Guimarães.

O museu está sobre tutela da Fundação Museu Nacional Ferroviário, sendo gerido em parceria com a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, que ali coloca funcionários. O edifício ocupa a totalidade do antigo complexo oficinal da Companhia de Caminhos-de-Ferro de Guimarães, com uma área aproximada de 1400 metros quadrados.

MUSEU DE LOUSADO ESTEVE EM PERIGO

O Núcleo de Lousado é um projeto alternativo à antiga secção museológica, aberta ao público no ano de 1979 do século XX, por iniciativa de Armando Ginestal Machado, grande impulsionador da museologia ferroviária em Portugal – que foi demolida por força das obras de modernização e eletrificação das Linhas do Minho e de Guimarães, no início do século XXI.

Na década de 1990, aquele espaço chegou a ter locomotivas antigas ao abandono, apodrecendo ao ar livre, e a própria secção museológica esteve em perigo de deixar Lousado.

Reportagem do “Público”, em 24 de maio de 1995, denunciava a existência de locomotivas abandonadas em Lousado

Uma reportagem do jornal Público naquela época denunciou o escândalo e o desmantelamento da unidade museológica foi evitado. A Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão, na altura presidida por Agostinho Fernandes, protestou junto do Governo e a manutenção de uma unidade museológica acabaria por ser salvaguardada no âmbito do plano de obras de modernização da Linha do Minho, que estava a ser elaborado.

Em termos de arquitetura, foram respeitadas as tipologias, funções e materiais construtivos dos edifícios. A implementação do museu famalicense desenvolveu-se com base nas boas práticas da museologia contemporânea, contemplando áreas de acesso público e privado, espaços de acolhimento ao público, loja, visitas guiadas e garantia de mobilidade de todos os visitantes.

O novo núcleo museológico foi inaugurado em 18 de maio de 2003 pelo presidente da Câmara Municipal Armindo Costa, na presença do presidente do Conselho de Gerência da CP, Crisóstomo Teixeira. “Não é por acaso que este museu é inaugurado no Dia Internacional dos Museus. Isso significa a importância que o Município de Famalicão dá ao nosso património histórico e cultural”, destacou Armindo Costa ao discursar à população.

Considerado como um dos pólos de maior relevância no contexto ferroviário português, o acervo do Núcleo de Lousado é constituído por material circulante, na sua maioria de via estreita, bem como acervo ferroviário de variadas tipologias, destacando-se os equipamentos de via e obra, bilhética, oficina e serviços educativos.

Relativamente ao material circulante exposto, o mesmo está organizado cronologicamente e tem como objetivo principal mostrar diversas locomotivas e carruagens. Este material, que foi construído entre 1875 e 1965, é originário de oito companhias, tendo sido adquirido a seis países e quinze construtores.

INFORMAÇÃO ÚTIL

MUSEU NACIONAL FERROVIÁRIO
Núcleo de Lousado – Vila Nova de Famalicão
Internet: www.fmnf.pt

Telefone +351 252 153 646

HORÁRIO DE FUNCIONAMENTO

Aberto de terça-feira a sexta-feira das 10h00 às 17h30. Aos sábados, domingos e feriados das 14h30 às 17h30. Encerra à segunda-feira. Também encerra no fim de semana de Páscoa; no dia 13 de junho (feriado municipal); nos dias 24 e 25 de dezembro; e nos dias 31 de dezembro e 1 de janeiro. Observação: nas épocas festivas da Páscoa, Natal e Ano Novo, e dado que os funcionários são municipais, os dias de encerramento ao público dependem da tolerância de ponto decretada pelo presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão. Na dúvida, o melhor é telefonar com antecedência.

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