Estou sereno e senhor de mim próprio, tarefa nada fácil, raramente de mal comigo e raríssimo de bem com todos, que o estoicismo é meta rude e, daqui, a minha motivação para comunicar, porque é falando que a gente se entende…
Não sou mais que um cidadão eleitor com a sorte de viver nesta “ocidental praia lusitana” do sul europeu e no verde Minho e que nem aprecia muito as tardes de “bocainanço” em esplanadas, que com amigos e o alvarinho com azeitonas do tipo galega é diferente, por mais justas e apetecíveis para quem peregrina ou dá com a careca na parede em redor do seu quarto, o que não é o caso… em jeito de Xavier de Maistre, algures por São Petersburgo, como acertadamente, e com toda a propriedade, sublinha Almeida Garrett, logo de entrada, nas “Viagens na Minha Terra” e mais, o Eça apreciava o casca de carvalho à sombra dos mesmos na Casa de Pindela e de seu amigo Arnoso, esse mesmo que pontifica há anos em frente à Biblioteca Camilo Castelo Branco, na nossa cidade, muito perto do nosso Presidente por duas vezes, Bernardino Machado, visita e amigo da casa também.
PEDRAS FRIAS OU ESCALDANTES
Assim sendo, de quando em vez, saio a terreiro pelo fim da tarde. E não sei se o clique da inspiração do asfixiante empedrado do antigo Campo da Feira, envolvendo a Fundação Cupertino de Miranda erigida no tempo de Benjamim Salgado, de saudosas e boas memórias, apesar de se lobrigarem ainda entre nós alguns velhos do Restelo neste acontecimento notável, mesmo que fosse tão só para exibir e difundir há 60 anos aqueles inspirados, inspiradores e belíssimos painéis do icónico artista e escultor Charters de Almeida, que bem podiam ser um dos ex-líbris da nossa cidade, poderão ter ajudado em parte a inspirar aquela pedraria toda existente hoje na nossa “plaza mayor”, sem que lhe tenha precedido construir um generoso parque de estacionamento subterrâneo para, pelo menos, 300 lugares.
Em Vila Nova de Famalicão, pelo contrário, só pedra fria ou escaldante conforme a roda do ano, rodriguinhos como no coimbrão Portugal dos pequeninos, enfim, pista de obstáculos, bricabraque de pirocadas e sempre, sempre o senhor automóvel rei disto tudo!…
O figurino da nossa praça/ágora/rossio é tudo menos o que deveria ser: um espaço aberto e livre para as pessoas, com exposições temáticas, encontros de amigos, animais, livros ou flores e famílias e crianças entre esplanadas e árvores, como na famosa La Rambla, na cidade de Gaudí.
Em Vila Nova de Famalicão, pelo contrário, só pedra fria ou escaldante conforme a roda do ano, rodriguinhos como no coimbrão Portugal dos pequeninos, enfim, pista de obstáculos, bricabraque de pirocadas e sempre, sempre o senhor automóvel rei disto tudo!…
Pelo menos, algum respeito e serenidade continuam a envolver, ainda, a excelsa figura da rainha Dona Maria II, que deu nome de novo e existência legal a esta grande encruzilhada de vidas, destinos e futuro que é, desde 1 de julho de 1205.
É verificável e flagrante em Vila Nova de Famalicão, como ainda na generalidade das pequenas cidades, o culto bacoco do automóvel e o gosto parolo e prazenteiro de o exibir com vidros fumados e estacionar em frente ao local onde se pretende chegar, quase como se fosse o nosso cartão de cidadão, porque o respeito cívico pelos outros e pelas regras sociais pouco importa, desde que não se veja ou a polícia faça de conta e feche os olhos, sua grande especialidade urbana: nas lojas xpto, farmácias, restaurantes e lojas de ferragens, bancos, talhos, garrafeiras, lojas de pronto a vestir, sapatarias, cabeleireiras ou a sempre prestigiada e jovem confeitaria Moderna do meu velho amigo Luís.
Acresce que, na nossa cidade, já chegamos quase a avançar ali, há 30 anos, com um parque automóvel subterrâneo para 300 lugares, pelo menos, tendo mesmo consultado alguns dos grandes construtores, ao tempo – para que conste, Amândio Carvalho, Gabriel Couto e Mota Engil –, que deram a sua opinião positiva no sentido de o realizar, pois que as soluções técnicas resolveriam as dificuldades relacionadas com os níveis freáticos, entre outros, naturalmente, numa obra de bastante complexidade.
Os tempos nem sempre são de feição e há pessoas que não sabem ainda conjugar o planeamento urbano em inícios do século XXI e viver de mão dada com o famigerado Plano Diretor Municipal (PDM), a carta urbana de marear o futuro coletivo.
A ausência de um parque de estacionamento subterrâneo no centro da cidade foi uma grave omissão no projeto das obras que se fizeram, um verdadeiro escândalo, se se quiser, na linha daquele que a todos nos abanou há dias através da televisão: como urdir um multiusos gratuito na tranquila e fértil pradaria fradelense, no caso das pateiras do Ave, num misto de golpe de asa, bacoquismo, petróleo do Beato e filantropia de comendador, em jeito de figura camiliana.
Não realizar ou mesmo adiar é prudente, por vezes, mas aqui são mais que palpáveis e clamorosas as razões e pontas de interesses pouco claros que o terão adiado e deixado na gaveta, que todo o negócio de estacionamento na cidade só se joga em casinos da região de Las Vegas.
Os tempos nem sempre são de feição e há pessoas que não sabem ainda conjugar o planeamento urbano em inícios do século XXI e viver de mão dada com o famigerado Plano Diretor Municipal (PDM), a carta urbana de marear o futuro coletivo, pois quando chegamos à Câmara Municipal na década de 1980, nada disso havia e nem se sabia conjugar o verbo planear, apesar de resquícios leves.
OBRS, PROJETOS E INTENÇÕES QUE FICARAM…
E, quando saímos, no início dos anos 2000, ficaram muitos projetos e intenções em PDM aprovado que foram abandonados, ignorados, esquecidos, alterados e destruídos até. Recordo, por essa altura, uma conferência com o grande urbanista Nuno Portas como forma de informação iniciática no salão nobre e suspensa por falta de auditório interessado, tendo de seguida tomado um café para despistar o grande fiasco e desinteresse e que nem os espetáculos de mérito e gratuitos despertavam. Enfim, gente de Porlock…
Refiro-me, por exemplo, a um novo Arquivo Histórico de raiz, com verba garantida, às largas dezenas/centenas de casas construídas depois das 300 das Lameiras financiadas pelo ex-Fundo de Fomento de Habitação (FFH), Habitorre, em Joane, Lousado, Gondifelos, Tripeira, Calendário e, até agora, zero; ao perdido Museu de Ciência Viva; ao Parque da Devesa, tão harmonioso, sereno, variado e de nome poético como do tempo dos trovadores, almejado já, em meados do século XX, por Álvaro Marques e por onde desliza aquele riachinho de nome Pelhe, nascido na Portela, tão de nosso encantamento e das crianças que nunca imaginariam poder visitar as fendas úberes de seu nascimento, quando corre limpinho para o Ave, às piscinas de Ribeirão, do museu a sério do Surrealismo, um filão artístico da maior transcendência, sem falar de novos acessos de Joane-Braga em continuação da VIM (Via Intermunicipal), ponte do rio Ave, em Lousado, metro da Trofa, Vila Nova de Famalicão e Póvoa de Varzim, um multiusos para 5.000 pessoas ou mais para desporto, congressos e concertos e espetáculos de grande dimensão, um estádio novo fora do miolo da cidade aproveitando a infraestrutura existente de retaguarda ao clube e apoio sério ao desporto escolar, alteração não explicada e justificada de projetos de construção em Sinçães, Parque da Devesa, onde já fumegam casas a mais que o negociado em tempos com pessoas de bem, construção de habitação, que as autoestradas e variante nascente à cidade, a polémica ETRSU na junção dos 3 pioneiros concelhos do Ave e que concretizaram a VIM com 17 quilómetros, a expensas suas, o abastecimento de água de qualidade superior do Cávado à cidade e região e de que a fonte que entronca na Avenida Narciso Ferreira dá conta desde Maio de 2001, assinalando a meu ver o maior feito dos últimos anos pelo trabalho ingente que a todos deu e que foi decidido desde Vila Nova de Famalicão, eletrificação do caminho de ferro, a fibra ótica, o Citeve, a Cespu e a Universidade Lusíada, o Centro de Estudos Camilianos e o novo Tribunal para fazer crescer a cidade para norte e em espaços mais abertos e saudáveis na continuidade de Sinçães, agora frustrada pelos cogumelos comerciais que encontraram ouro e sitiam a cidade, a Continental mais recente que nos salvou ao ficar entre nós em vez de Hannover e o novos polos industriais de Jesufrei e Castelões aí estão… como se um supermercado com a placa de inauguração que ostenta garbosamente à entrada e o mamarracho erigido em frente à Câmara Municipal, profanando aquele excelso espaço assim visionado pelo inspirado Januário Godinho e tão elogiado por Fernando Távora, ou mesmo em frente ao Citeve, tivessem interesse algum, mesmo que simbólico, senão, claro, perpetuar entre nós as obras liliputianas de quem tudo tentou para ganhar a notoriedade, sem esquecer aquele jogo das ridículas placas, algumas guardadas para lembrança de cidadãos, colocadas em passeios que existiam desde os finais do século XIX na nossa vila de 1841 e por alvará de 22 de Julho assinado por Joaquim António de Aguiar. Só vaidades curriculares a quem dele precisa por falta de ideias e sentido único de pensar e acrescentar futuro planeado à cidade.
Havia dificuldades enormes e quase tudo estava por fazer e do orçamento municipal nem vale a pena falar, para além do valor da dívida duplicar o magro orçamento e só hesitamos no prazo temporal que os construtores desejavam em termos de exploração, porque era interessante e pioneiro em termos de parcerias entre nós, mas não era razoável, porque não suportável em termos de contas certas e serviço da dívida, e apesar de eventuais vantagens políticas, não fizemos o parque de estacionamento.
Nunca a cidade de Famalicão atingirá o seu zénite urbano de ágora/plaza mayor enquanto não tiver [um parque de estacionamento subterrâneo no centro] esse importante equipamento das cidades modernas.
Se há trinta anos se pensava nisso com a intenção de revitalizar a cidade, deserta à noite e insegura, depois do desvio do trânsito infernal da Estrada Nacional 14, que atravessava a cidade nos 2 sentidos Porto-Braga, desde o D. Sancho I, de João Cutileiro, a sul, ao seu coevo Santo António, de Jaime Azinheira, a norte, era preciso construir mais e ocupar mais o centro para que, fosse dia ou noite, a cidade pudesse desabrochar e sem fantasmas.
Daí que nos pareça louvável o que se fez, apesar de discordâncias pontuais em várias frentes, considerando porém, impensável e absurdo mesmo que se gastassem, faraonicamente, mais milhões, sem pensar, discutir, idealizar o tão desejado parque de estacionamento que, agora, todos reclamam e que não há muito por onde resolver esta tão grave lacuna e, ainda por cima, com uma brigada permanente de reparações para evitar o caos quase diário da circulação inconveniente, abusiva e, amiúde, ostentatória.
Claro que não há solução à vista. O PDM é um espantalho e um fantasma, uma camisa de forças mesmo ou até, pasme-se, um totonegócio por vezes, nas mãos de certos iluminados do e pelo poder e gosto e gozo do mando, que aqui e ali procuram ouro e diamantes em devesas ou pateiras…
Digo mais, por muito que isso custe ouvir e a realizar a outros num futuro próximo: nunca a cidade de Famalicão atingirá o seu zénite urbano de ágora/plaza mayor enquanto não tiver esse importante equipamento das cidades modernas, por bom que seja circular nas centenas de metros até ao centro onde está a banca, a Fundação Cupertino de Miranda e o comércio, hotéis, seguros e clínicas, as lojas de moda e conforto gourmet, enfim, o ágora belo e digno que já os antigos gregos e pedestres planeavam e enaltecia as cidades, ponto de encontros de interesses, convívio, debates, festas e cultura.
E agora?… Claro que não há solução à vista. O PDM é um espantalho e um fantasma, uma camisa de forças mesmo ou até, pasme-se, um totonegócio por vezes, nas mãos de certos iluminados do e pelo poder e gosto e gozo do mando, que aqui e ali procuram ouro e diamantes em devesas ou pateiras, numa terra cujo progresso se deve tão só à iniciativa e criatividade das inúmeras pequenas e médias empresas e à força imensa do trabalho e criatividade e quando, afinal, se trata apenas e tão só de um importante documento legal, reclamado e sufragado pelo necessário planeamento municipal.
Caminhamos assim mais depressa que o que se julga para os 140.000 habitantes e teremos mesmo que continuar a pensar como resolver este nó cego, mastigando e ruminando, estudando, entretanto, soluções para o problema cada vez mais denso, no dia a dia do nosso descontentamento. E porquê?… Apenas por falta de visão de futuro e audição do comércio tradicional e ainda pela ausência de planeamento e ambição e interesses nem sempre conhecidos, para além de oportunidade única mas perdida e que muito mais custará de futuro.
BRINCAR À REVISÃO DO PDM…
Que diria Álvaro Marques que já o visionou também pelos idos de 1950 e, muito à frente de seu tempo, quando os automóveis eram ainda motivo de pasmo e raridade, foi capaz de fazer a transferência do cemitério municipal dos terrenos do Parque 1º de Maio para o atual espaço em Moço Morto?!…
Como se pode brincar à segunda revisão do PDM com algumas poucas sessões noturnas, em tempo de férias e sem alertas de apelo à participação cívica dos cidadãos, e onde mais tudo está previsto e estudado e não se considera importante repensar profundamente Nine e todo o vale do rio Este, todas as saídas e entradas de autoestradas e áreas industriais, os arredores de Brufe, Vilarinho, Esmeriz e Cabeçudos, Lagoa e Abade de Vermoim, Antas, Requião, grandes anéis concêntricos da cidade e dos grandes eixos rodoviários e de mobilidade, cruzamento de Vermoim, S. Martinho e Gavião, para onde a cidade estica os braços para receber os muitos concidadãos que estão assentando arraiais e procurando trabalho e instalando atividades fora do tradicional, para além do entrosamento de Ribeirão-Lousado-Trofa, Riba de Ave e arredores e Joane apontando a Braga, entre a terra mais fria e o mar atlântico?!…
Repito, gente de Porlock!… E bem que gostaria de saber, como famalicense, das razões de um quarto edifício/torre em Sinçães quando em hasta pública sancionamos apenas três e, ainda, das ponderosas razões da Câmara Municipal para a norte de Sinçães trocar uma refinada área para centenas de habitações por mais algumas lojas comerciais.
Uma cidade que não fora a feira desde 1205 e o mercado municipal do pós-guerra ignora completamente, por tão mal servida (?!), a feira de vaidades dos parques comerciais modernos, baralhando prioridades e promessas eleitorais com vaidades do reino do efémero e das vaidades e interesses pessoais, que as obras depõem sobre as escolhas e opções feitas e por quem as permitiu.
Não sei mesmo se falta alguma das grandes marcas ou o que se deseja provar e afirmar com este tipo de política enervantemente repetitiva, consumista e básica, sem salas de cinema ou outros fins como livrarias, equipamentos e novas tecnologias e obviamente que reprovo esta alteração urbanística grosseira e não discutida ou mesmo referendada pela qualidade dos solos e falta de habitação de qualidade na cidade a norte. Temos direito à resposta, mas a resposta da Exma. Câmara chega quando?…
O terreno é municipal e será que as autoridades pensaram alguma vez a fundo no problema, sabendo-se que desde há décadas foi ganhando corpo o bom senso estratégico no famoso e histórico Plano de Urbanização de 1945, de aproximar todo o peso da área escolar encostada ao estádio para valorização do desporto escolar, clube de natação e do ténis, e do râguebi, por exemplo?…
Agora irrompe no ar o calor e a fúria de um novo estádio, qual meca olímpica, ideia peregrina que tem vagueado ciclicamente pelo inconsciente coletivo dos amantes do futebol e quanto ele possibilita, como se vê pela escandaleira permanente entre os maiores clubes e que já por diversos caciques locais passou a ideia nos últimos 50 anos, como se houvesse petróleo nos Bargos, para além do Beato, em Lisboa, e os feios exemplos de Aveiro, Leiria ou Faro não continuem a gritar.
O terreno é municipal e será que as autoridades pensaram alguma vez a fundo no problema, sabendo-se que desde há décadas foi ganhando corpo o bom senso estratégico no famoso e histórico Plano de Urbanização de 1945, de aproximar todo o peso da área escolar encostada ao estádio para valorização do desporto escolar, clube de natação e do ténis, e do râguebi, por exemplo?…
Quem serão os seus fautores e visionários já que o tema circula e rosna pelas ruas e mercados? Andam faunos e olheiros de construtores pelos bosques a espreitar!…
Também é alarmante, igualmente bacoco e bárbaro mesmo, o que anda no ar quanto à piscina de 50 metros que ainda temos. Façam mais, em vez de rebentarem com a betesga que Famalicão ostenta, pois disso precisa por estar a crescer e muito, que a imigração veio ajudar a nossa cadente e preocupante demografia, mas trazer novos problemas nos quais é urgente pensar a sério em todas as frentes, para além de equipamentos existentes em S. Mateus, Joane, Ribeirão e cooperativa de S. Simão de Novais.
Mais. Ouvimos mas não acreditamos. O que pode esperar aquele inocente e belo edifício dos serviços de Saúde em frente à Universidade Lusíada, agora que a CM tem poderes sobre o vasto tema também, mas durante o anterior governo nunca quis assumir tais responsabilidades, tal como o seu predecessor, da melhor arquitetura tradicional portuguesa, e de que já se ouvem enfunados pegureiros de banda larga a vaticinar sobre o seu futuro, ele tão catita, quedo e bem-comportado naquele ponto alto da cidade.
Para residência oficial seria pouco e sem jardim, pelo que deixem-no também em paz e façam melhor que Vila Nova de Famalicão vos agradecerá. Não sabem o que fazer?… Aí vai. Um pequeno infantário, por exemplo, ou espaço para encontro de velhotes, como eu, que a Santa Casa ou Creche-mãe estão tão perto e só fazem o bem.
Ontem como hoje são as pessoas o mais importante da governança, por mais malabarismos que se façam na praça pública (…). Façam o favor de ser felizes e pensar mais nos problemas que a todos, todos, todos… dizem respeito. Menos festa e menos culto da personalidade e da fotografia…
A quem governa exige-se ver e ir bem mais longe da janela do seu quarto privilegiado, para além de ser determinante projetar no mínimo para uma ou duas gerações que não mandatos e sem vaidades ou distrações que submergem as ideias e os ideais cívicos e humanos. Estamos a querer repetir entre nós, por mais algum tempo, as vicissitudes que animavam, e estonteavam até, Famalicão nos fins da década de 1970 e inícios de 1980. Aqui e ali assomam sintomas evidentes de arrimo e silêncios cúmplices e já lá vão mais de 20 anos, negócio e mais negócio atrás do computador, privilégios retomados desde o 24 de Abril, ajustes de contas entre padrinhos sicilianos e avenças bem concertadas, incompreensíveis e a bater as pedras da calçada como nunca em Porsche…
Sei que não é fácil, mas não chega a moral do Príncipe ou ser a mulher de César. Ontem como hoje são as pessoas o mais importante da governança, por mais malabarismos que se façam na praça pública ou estádio e em qualquer bom pano pode cair uma nódoa mas, por vezes, será que quem manda é mesmo quem ocupa a cadeira ou são os faunos que saltitam pelos bosques em procura de novas aventuras?!…
Façam o favor de pensar mais nos problemas que a todos, todos, todos… dizem respeito. Menos festa e menos culto da personalidade e da fotografia… mais obra, humanidade e menos assobiar para o lado!… Em democracia, que entre nós celebra 50 anos, a governança exige outra confiança e outras atitudes.
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