A baixa adesão dos famalicenses ao estacionamento na Praça Mouzinho de Albuquerque, também conhecida como antigo campo da feira, no centro da cidade, levou a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão a um novo recuo nas regras de cobrança de estacionamento.
Na reunião do executivo camarário que se realiza na quinta-feira, dia 27 de junho, será votada uma alteração ao regulamento de utilização dos parques de estacionamento municipais. O novo texto contempla uma primeira fração de 30 minutos de estacionamento gratuito – em vez dos atuais 15 minutos. O custo de cada fração de 15 minutos é de 20 cêntimos.
Com essa alteração, a primeira hora de estacionamento nos parques de estacionamento de gestão municipal deixa de ser mais caro do que a primeira hora de estacionamento nas ruas com parquímetro, que têm gestão privada.
“GREVE” DOS AUTOMOBILISTAS
O primeiro recuo do executivo municipal liderado por Mário Passos deu-se a 1 de fevereiro, quando a autarquia alargou o horário de utilização gratuita dos parques de estacionamento na Praça Mouzinho de Albuquerque. Ou seja, apenas alguns dias depois do início da cobrança, que arrancou no dia 15 de janeiro [ver aqui Câmara de Famalicão recua perante a “greve” dos automobilistas e deixa de tarifar estacionamento 24 horas por dia].
Refira-se que com o início da cobrança, além da “greve” ao estacionamento na Praça Mouzinho de Albuquerque, os famalicenses criaram uma onda de críticas nas redes sociais e partilhas de fotos dos parques de estacionamento praticamente vazios.
O alargamento no horário de utilização gratuita dos parques de estacionamento na Praça Mouzinho de Albuquerque não resolveu o problema da greve dos automobilistas, uma vez que outro aspeto recorrente nessa onda de críticas do famalicenses tem sido o preço. Isso porque custa menos estacionar nas ruas com parquímetro – de gestão privada – do que nos parques municipais. [ver aqui Estacionar nos parques do antigo campo da feira custa 80 cêntimos por hora a partir de segunda-feira].
PROMESSA NÃO FOI CUMPRIDA
Em outubro de 2020, aquando do anúncio das obras de requalificação do centro da cidade, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão informou que o estacionamento na Praça Mouzinho de Albuquerque teria “184 lugares de estacionamento gratuito, mais quatro do que os existentes” [ver aqui Câmara Municipal cobra estacionamento em parques que Paulo Cunha prometeu que seriam gratuitos].

As obras de renovação no centro da cidade, que custaram cerca de 10 milhões de euros, a par de outras intervenções como as ciclovias, retiraram inúmeros de lugares de estacionamento no centro de Famalicão.

Recorde-se que a informação sobre o fim do estacionamento gratuito no antigo campo da feira foi noticiada em primeira mão pelo NOTÍCIAS DE FAMALICÃO em junho do ano passado [ver notícia Mário Passos anuncia fim do estacionamento gratuito junto ao Mercado Municipal].
A primeira versão do regulamento dos parques de estacionamento, aprovado a 22 de junho de 2023, contemplava o pagamento de 40 cêntimos pela primeira fração de 15 minutos de estacionamento. O texto inicial também previa a cobrança de estacionamento no antigo campo da feira todos os dias, inclusive sábados, domingos e feriados [ver notícia Estacionar no antigo campo da feira de Famalicão vai custar 80 cêntimos por hora].
PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA
A alteração ao regulamento de utilização dos parques de estacionamento municipais introduz uma novidade em relação à versão que tinha sido aprovada. Trata-se do estacionamento gratuito para pessoas com mobilidade reduzida “nos termos da lei”.

A nova versão do documento contempla o estacionamento gratuito para pessoas com mobilidade reduzida mediante prévia formalização do pedido nos serviços municipais acompanhado do atestado multiusos e da indicação da matrícula do veículo.
Refira-se que em janeiro deste ano, após o início da cobrança dos parques de estacionamento, o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO foi contactado por pessoas com mobilidade reduzida que referiam não estar a ter acesso ao estacionamento gratuito, alegadamente, por questões técnicas.
Na ocasião o NOTÍCIAS DE FAMALICÃO contactou o Instituto Nacional de Reabilitação e a Câmara Municipal, mas não obteve nenhuma resposta da autarquia.
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